No final de setembro de 2021, ocorreu a Cúpula dos Sistemas Alimentares, iniciativa do Fórum Econômico de Davos, realizada no âmbito das Nações Unidas. No centro da agenda o lucro, o mercado e as respostas tecnológicas que artificializam a vida e capturam os sistemas alimentares.

Seguimos vivendo a pandemia do COVID-19, onde as crises institucional, política e econômica, aliada ao desmantelamento das políticas públicas, vêm provocando o recrudescimento da fome. O dossiê surge nesse caminho, de fornecer distintas análises e reflexões sobre essas questões, cruzando com o debate de mudanças climáticas e biodiversidade, e buscando apontar os caminhos das alternativas que a soberania alimentar no trás.

A FASE te convida a conhecer o dossiê, que está dividido em quatro temas: Fome é política: a captura corporativa dos sistemas alimentares; Políticas de abastecimento e compras públicas; Soberania Alimentar no campo-cidade; e Comer é um ato político. Esperamos que as reflexões fortaleçam a luta contra a fome e contra as investidas das corporações, buscando saídas para as crises que vivemos e compartilhando caminhos centrados no Direito Humano à Alimentação e Nutrição adequadas, na soberania alimentar e agroecologia.

Fome é Política e a captura corporativa dos Sistemas Alimentares

A fome não é uma fatalidade. Não são causas naturais que geram a fome. A fome é determinada pelas profundas desigualdades sociais que acompanham nossa história. Não é o mercado, as corporações e suas propostas tecnológicas para os sistemas alimentares que vencerão a fome.
Fome é Política e a captura corporativa dos Sistemas Alimentares
A fome é política Integrantes do MTST protestaram na Bolsa de Valores de SP. Foto: Comunicação MTST/SP

A fome é política

A fome que, na primeira metade do século passado, atingia a população que vivia no campo, vítima de processos de expulsão de suas terras, da ausência de Reforma Agrária e da exploração extrema de sua força de trabalho, com a urbanização se espalhou por todo o país, chegando nas cidades de maior desenvolvimento. Neste artigo, é feito um resgate histórico da fome no Brasil e proposta de medidas para enfrentar este problema na atualidade.
Captura Corporativa da Cúpula Mundial de Sistemas Alimentares Crédito: acervo FASE

Captura Corporativa da Cúpula Mundial de Sistemas Alimentares

O mundo foi pego de surpresa pela iniciativa do Secretário Geral da ONU de formalizar uma parceria com o Fórum Econômico Mundial de Davos para convocar e preparar a Cúpula Mundial sobre Sistemas Alimentares. Este artigo explica a Cúpula e como ela foi cooptada por grandes corporações.

Racismo e Sistemas Alimentares

Do não acesso à terra, a fome, o racismo perpetua desigualdades sociais e distancia a população negra da produção e do consumo de alimentos no Brasil.
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Encontro Regional de Agroecologia do Centro Oeste, 2018. Foto: Gilka Resende/FASE

A soberania dos povos sobre os sistemas alimentares contra a captura corporativa

O anúncio da realização de uma Cúpula dos Sistemas Alimentares em setembro de 2021, fez ecoar vozes críticas. Iniciou-se uma mobilização mundial de organizações da sociedade e movimentos sociais em protesto. Manifestações contra-cúpula em nome da defesa da soberania dos povos sobre os sistemas alimentares foram se afirmando e expandindo.
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Mobilização da América Latina para desafiar a cúpula da ONU e garantir a soberania alimentar dos povos

Mais de 500 organizações da sociedade civil boicotaram a Cúpula. Leia aqui os motivos a partir de declarações da sociedade civil.
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Políticas de abastecimento e compras públicas

O abastecimento e os estoques públicos de alimentos são estratégicos na agenda pública de um país que tem a determinação política de erradicar a fome e a má alimentação. Programas essenciais de compras públicas como o PAA e PNAE vem sendo desmontados ou descaracterizados.
Políticas de abastecimento e compras públicas
Abastecimento alimentar, política e soberania

Abastecimento alimentar, política e soberania

Chamando atenção para a importância de Política Nacional de Abastecimento Alimentar, este artigo aborda os riscos de desabastecimento, a questão da importação de alimentos e aspectos que apontam para o mercado interno na concepção da soberania alimentar.
Comunidade Negra Rural Quilombo Ribeirão da Mutuca

Riscos e retrocessos das compras públicas de alimentos

Uma análise crítica sobre os Auxílios Inclusão Produtiva Rural e Urbana e o Programa Alimenta Brasil, em substituição às reconhecidas compras públicas institucionais através da Medida Provisória nº 1.061/2021.
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Linha do tempo: história da alimentação escolar

Uma das mais importantes políticas de garantia da alimentação, o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece alimento a todos estudantes da educação básica pública do Brasil. Para muitos, a refeição que se faz na escola é a única ou a principal do dia. A história é longa, cheia de avanços e retrocessos. Veja mais nesta linha do tempo
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Estudantes pela alimentação escolar. Fonte: Observatório da Alimentação Escolar

Articulação e mobilização da sociedade civil frente às ameaças ao Programa Nacional de Alimentação Escolar

A história do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e uma atualização de seu significado, bem como os riscos e ameaças de sua descaracterização.
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Programa Café Regional produzido pela FASE AM com apoio do Greenpeace Brasil

Programa Café Regional: O Dia Mundial da Alimentação: soberania e segurança alimentar.

Nessa edição especial do Café Regional para o webdossiê, o programa entrevistaCidinha Moura, coordenadora da FASE Mato Grosso e Rosélia Batista, coordenadora da FASE Bahia, sobre o PAA, o PNAE e outras políticas e iniativas de comercialização e sua importância para a garantia da segurança e soberania alimentar e nutricional.
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Soberania Alimentar no campo-cidade

A mobilização da sociedade civil e dos movimentos sociais, com a participação ativa das mulheres nas ações pela alimentação saudável e as iniciativas de produção agroecológica nas cidades, são exemplos que tecem redes de aproximação entre campo e cidade e ao mesmo tempo resistem ao agronegócio.
Soberania Alimentar no campo-cidade
Entrevista – Soberania alimentar nas cidades Mutirão da Rede Urbana Capixaba de Agroecologia

Entrevista – Soberania alimentar nas cidades

Educadoras populares da FASE das regionais Espírito Santo e Pernambuco dialogam sobre direito à cidade e suas conexões com a soberania alimentar, agricultura e agroecologia urbana, incidência política e articulação em rede, em um momento de grandes desafios com o aumento da fome.
Crédito: MPA/MTST/FUP

Video Cozinha Solidária

Este vídeo, produzido pelo Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), mostra a atuação dos movimentos sociais do campo-cidade na luta pela Soberania Alimentar e Nutricional a partir das Cozinhas Solidárias. Tendo papel essencial nesse momento crítico de crise sanitária, econômica, miséria e volta da fome, não só é uma estratégia de solidariedade nas periferias como também traz o debate do direito à alimentação.
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Crédito: Fran Paula/FASE MT

A História Que Eu Cultivo: A semente é a nossa história

O vídeo “Rede de Troca de Sementes Crioulas de Mato Grosso” foi o ganhador do Prêmio #AHistóriaQueEuCultivo pela região Centro-Oeste, concurso organizado pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). No vídeo, agricultoras familiares do Grupo de Intercâmbio em Agroecologia (GIAS) explicam porque cultivar a semente é cultivar nossa história, dando destaque ao papel das mulheres na conservação da agrobiodiversidade.
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Comer é um ato político

Comida é patrimônio. A comida ativa a memória dos lugares, dos afetos, da história. Conhecer a origem do alimento, a rica variedade de espécies, as diferentes culturas alimentares, significa reconhecer o papel histórico dos povos indígenas e comunidades tradicionais, da agricultura familiar e camponesa, que produzem nossos alimentos e protegem nossa biodiversidade.
Comer é um ato político
Direito à Alimentação na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) Mecanismo de Facilitação da Sociedade Civil do Conselho de Segurança Alimentar na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) Foto: ACTUAR

Direito à Alimentação na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Este artigo explora conquistas e desafios do Direito Humano à Alimentação na Comunidade de Países de Língua Portuguesa a partir da Rede da Sociedade Civil para a Segurança Alimentar e Nutricional na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (REDSAN-CPLP).

Neste vídeo a professora, Dra. Fátima Portilho explica porque comer e cozinhar é um ato político e como tais práticas se relacionam com a participação política, as atividades cotidianas e as transformações no sistema agroalimentar.