13/10/2010 10:55

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A Equipe Técnica da FASE que atua nos municípios de Alcobaça; Itamaraju; Prado, Ibirapuã; Teixeira de Freitas; e Jucuruçú, organizaram o Laboratório selecionando comunidades, AMAs e agricultores familiares que vêm conduzindo experiências exemplares e que podem ser replicadas em outros locais.

Conforme já se noticiou aqui nesta página, o Território de Identidade do Extremo Sul é uma das regiões da Bahia onde mais avançaram o agronegócio latifundiário e suas monoculturas predatórias. Por isso, a FASE e seus parceiros das associações comunitárias, sindicatos de trabalhadores rurais e da FETRAF, vem somando esforços para potencializar a agricultura familiar que se constitui em outro modelo de desenvolvimento, comprometido com a inclusão social, a sustentabilidade ambiental, e a viabilidade econômica.

Parte das atividades do laboratório foi feita na área coletiva dedicada à horticultura, onde trabalha a AMA Jozélia Anunciação de Jesus, na comunidade de Esplanada, em Alcobaça. Nesta mesma comunidade, os jovens e mulheres AMAs participantes puderam trocar conhecimentos sobre poda de formação de árvores frutíferas.

Uma das estratégias defendidas e aplicadas pela FASE e seus parceiros, para fortalecer a Agricultura Familiar no Extremo Sul, é a diversificação produtiva das propriedades, com ênfase na segurança e soberania alimentar das famílias. Por isso, estimula-se a criação de pequenos animais como galinhas e ovelhas, pois a produção de ovos e carne pode viabilizar maior acesso a alimentos, simultâneamente com geração de trabalho e renda. A assessoria técnica da FASE, e o percurso formativo trilhado pelos AMAs nas Oficinas Temáticas, Oficinas Modulares, e Laboratórios, têm procurado debater e construir conhecimentos relacionados a alternativas de produção que reforcem a independência das famílias agricultoras. Assim sendo, durante este Laboratório, foram feitas observações sobre a atividade prática de confecção de ração, utilizando o que se produz na propriedade. Isto foi feito na propriedade de um AMA que vem conduzindo um Núcleo Produtivo de ovinocultura, e que tem também uma bela criação de perus.

O laboratório permitiu ainda aos participantes conhecerem métodos de coleta de amostras para análise de solo. Em seguida, os jovens e mulheres agricultoras que atuam como AMAs no Extremo Sul observaram a experiência de produção de alimentos conduzida pelo Sr. Ernesto, na comunidade Pedra d´Água, em Alcobaça. O interessante aqui é o fato do Sr. Ernesto dispor de apenas 0,5 tarefa de terra, onde mora e trabalha com a esposa e 4 filhos, conseguindo praticar horticultura com uma produtividade capaz de viabilizar a sobrevivência da sua família. O Sr. Ernesto explicou que consegue uma renda mensal em torno de R$ 600,00. Antes, o Sr. Ernesto era obrigado a se assalariar, e depois que passou a trabalhar na sua propriedade, com a horta, não trabalhou mais como diarista. A horta vem sendo conduzida conforme princípios que apontam para a transição agroecológica.

Ainda durante este Laboratório, os AMAs participantes aprofundaram seus conhecimentos, e trocaram experiências sobre práticas como compostagem e qual o período em que pode ser usada; e confecção de caldas naturais para controle de pragas e doenças; e a identificação de algumas pragas e doenças que incidem sobre culturas e criações na região.