25/10/2010 12:45

image

Nas duas primeiras semanas de outubro, foram feitas várias visitas das educadoras da FASE Bahia às comunidades alcançadas pelo projeto. Conforme já se noticiou aqui nesta página, as visitas são momentos importantes para estimular e apoiar as mulheres engajadas nos grupos, ao mesmo tempo em que se faz a assessoria técnica às iniciativas produtivas que já começam a aparecer.

Na comunidade de Novo Horizonte, que fica no município de Presidente Tancredo Neves, já se podem observar hortas em estágio de colheita de várias espécies de plantas que vão contribuir para a melhoria da segurança alimentar e da renda das famílias. A assessoria técnica da FASE tem se concentrado na criação de condições mais favoráveis à consolidação deste tipo de atividade produtiva, porque não existe uma tradição de se cultivar e usar verduras na alimentação rotineira das famílias. A implantação de hortas também é adequada ao tipo de propriedade familiar que prevalece nos 3 municípios, onde a extensão de terra disponível paras as famílias agricultoras é muito pequena. Outro aspecto relacionado à implantação e funcionamento da horta é a possibilidade de conciliar as tarefas mais tradicionais das mulheres (cuidados com as crianças; preparo da alimentação da família; limpeza e manutenção da casa e do quintal), com outras atividades que lhes permitam iniciar sua inclusão econômica e adquirir conhecimentos sobre gestão da propriedade agrícola.

Outro exemplo interessante de ações estimuladas pela atuação das educadoras da FASE com as mulheres agricultoras verifica-se na comunidade do Tanque Grande, município de Teolândia, onde um grupo de mulheres vem se constituindo, já tendo se decidido pela implantação de uma horta em uma área cedida por uma das integrantes. Embora nem sempre seja fácil ou possível organizar grupos de mulheres em todas as comunidades, muitas multiplicadoras estão engajadas nas tarefas que contribuem para a criação e funcionamento dos grupos, e vêm recebendo todo apoio possível por parte da FASE.

Realizar essas ações de forma coletiva tem várias vantagens do ponto de vista didático, pois permite potencializar a ação das educadoras e da assessoria técnica da FASE. Os conhecimentos são construídos e socializados de maneira bem mais coletiva e participativa. As mulheres acabam aproveitando a experiência concreta do trabalho na horta para refletirem sobre outras situações existentes na comunidade ou com grupos de famílias agricultoras. Pode-se até chegar a diagnosticar problemas cuja importância motive o grupo a tentar buscar soluções também de forma coletiva, e com isso passam a avaliar o funcionamento da associação comunitária e sobre seu próprio papel enquanto mulheres agricultoras no dia a dia da organização comunitária. Durante o trabalho na horta, são freqüentes conversas sobre a qualidade das políticas públicas como saúde, educação, comercialização da produção, entre outras.