11/12/2008 13:02

ExplicacaoSAF_estagio_inicial_ SitioExilio_CamamuO Projeto de Inclusão Social de Jovens e Mulheres AMA’s tem objetivos claros em termos de formação e metas definidas para cada modalidade adotada neste percurso formativo. Os conteúdos que vêm sendo trabalhados formam um conjunto coerente que busca construir conhecimentos que fortaleçam a organização comunitária, associativa e sindical da agricultura familiar, ao mesmo tempo em que possibilitam a criação de condições propícias à reflexão e eventual adoção de passos iniciais que apontem para a transição rumo à agroecologia. E a agroecologia é entendida com um conjunto interdependente de ações, conscientemente planejadas e implementadas pelas famílias de agricultores e suas organizações, envolvendo aspectos produtivos; de gestão das atividades; de comercialização da produção individual ou coletiva; de proteção e promoção do meio ambiente; e de apoio à inclusão social e econômica de jovens e de mulheres.

O processo formativo parte do pressuposto de que existe um saber popular acumulado pela experiência de agricultores familiares que convivem com seus respectivos biomas, saber esse permanentemente submetido a desafios naturais e sociais, impostos pelo contexto ambiental e histórico-econômico em que as comunidades se inserem. A Equipe Técnica do projeto, bem como sua Coordenação Estadual, procuram integrar criativamente este saber popular com as informações sistematizadas nas escolas famílias agrícolas, escolas agrotécnicas federais e cursos superiores. As décadas de experiência da FASE com Educação Popular também contribuem como referências para a operacionalização desta iniciativa. A parceria estabelecida entre a FASE, a FETRAF Bahia e as organizações de base nas comunidades e municípios envolvidos, também facilita a operacionalização dessas ações de formação.

Estão previstas várias modalidades de formação durante a execução deste projeto. Em cada um dos oito Territórios de Identidade que em seu conjunto agregam 131 comunidades distribuídas pelos 42 municípios alcançados pelo projeto, vem sendo organizados módulos que são eventos presenciais, de caráter mais teórico, destinados aos jovens e mulheres selecionados para atuar como AMA’s – Agentes Multiplicadores de ATER nas suas comunidades. Esses módulos que serão três, com a duração de três dias cada um, vêm sendo implementados para cada turma de jovens e mulheres AMA’s existentes nos oito territórios. Os módulos abordam conteúdos relacionados à organização sindical e comunitária da agricultura familiar; tratam de questões técnicas e de gestão inerentes à produção e comercialização da agricultura familiar; e procuram estimular e qualificar a participação organizada das entidades locais nas disputas e nos espaços de gestão compartilhada de políticas públicas mais diretamente relacionadas à agricultura familiar.

Você pode observar em notícias e fotografias publicadas aqui na página da FASE Bahia, alguns exemplos de Módulos já realizados, como a da realização do 1º módulo em Baixo Sul e Médio Rio de Contas; e a do 1º módulo de capacitação em Vitória da Conquista.

O projeto vem realizando também os intermódulos que são eventos complementares aos módulos, onde se procura aprofundar, nas próprias comunidades onde residem jovens e mulheres AMA’s, os conteúdos previamente trabalhados nos módulos. São sempre realizados entre dois Módulos, portanto serão dois eventos nesta modalidade, para cada uma das oito turmas criadas nos territórios, ao longo deste projeto. Em alguns territórios ou municípios, vão se realizar Intermódulos agrupando jovens e mulheres que atuam como AMA’s, em uma ou mais comunidades a depender das distâncias. Embora previstos para os jovens e mulheres AMA’s, os Intermódulos tendem a permitir uma maior integração de famílias residentes nas comunidades, com atividades feitas pelo projeto.

Estão previstos também laboratórios, concebidos como momentos em que os conhecimentos construídos nas demais etapas serão testados e eventualmente ampliados, através da criação de experimentações práticas nas próprias comunidades e propriedades familiares dos jovens e das mulheres que atuam como AMA’s.

Uma outra modalidade de formação adotada são os intercâmbios. Em número de oito, reunindo jovens e mulheres AMA’s dos oito Territórios de Identidade, vêm sendo realizados em novembro e dezembro de 2008. Os intercâmbios criam condições para que os jovens e mulheres AMA’s visitem e conheçam experiências concretas da agricultura familiar, nos mesmos biomas em que se situam suas comunidades. As experiências visitadas são escolhidas pela coordenação estadual do projeto com base em critérios ligados à possibilidade de permitir maior aprofundamento dos temas trabalhados nos módulos e intermódulos, bem como, por representarem situações que vem sendo trabalhadas nos demais momentos de formação, e que se busca operacionalizar, com as devidas adaptações às condições de cada comunidade (práticas agroecológicas, convivência com os biomas, maior organização sindical e comunitária, intervenção em políticas públicas). Infelizmente, as disponibilidades orçamentárias impostas pelo Governo da Bahia limitam a amplitude e alcance desses intercâmbios (custos de transporte, alojamento e alimentação são maiores do que as rubricas disponíveis), mas a coordenação do projeto e sua equipe técnica vêm conseguindo realizá-los. Aqui nesta página você poderá ver maiores informações e fotografias sobre os intercâmbios realizados pelas turmas do Extremo Sul; e do Baixo Sul da Bahia.