20/09/2021 16:38
Da Redação
Se para o patrono da educação brasileira a comunicação é definida pelo diálogo, nada mais justo que seguir os ensinamentos de Paulo Freire para construir o trabalho nessa área. Pensando nisso, a série de encontros “Diálogos da Comunicação da FASE” ocupou o mês de setembro com debates em torno de temas como fake news e desinformação, democratização e regulação das mídias e comunicação popular. Cerca de 50 pessoas pssaram pelas três atividaes, que reuniu parceiros, parceiras, educadores e educadoras da organização.
No primeiro encontro, dia dois de setembro, a ex-coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Renata Mielli, e o professor Jonas Valente, pesquisador do Laboratório de Políticas de Comunicação (LaPCom) da UnB, foram convidados a falar sobre a atualidade das lutas do movimento social por acesso a informação e a regulação dos meios de comunicação. Eles também traçaram um panorama do uso das tecnologias digitais na hegemonização do discurso midiático, no debate “Plataformas digitais e políticas públicas: contexto e desafios para a democratização da Comunicação”.
Trocas e caminhos possíveis
Na quinta-feira seguinte, dia nove, o professor e jornalista Raphael Kapa, coordenador da Lupa Educação, falou sobre a ameaça da desinformação como ferramenta usada em diversos canais de comunicação para fundamentar ataques reacionários, boatos que se tornam “verdades” e medidas autoritárias do governo. No debate “Fake news e desinformação: do que se alimentam? Como se reproduzem?”, os participantes trouxeram exemplos reais cotidianos de mentiras e falácias que enfrentam nos territórios durante as atividades e visitas técnicas.
O debate “Experiências de comunicação comunitária nos territórios” fechou o ciclo de atividades na última quinta-feira, dia 16. Na conversa, educadores e educadoras da FASE dividiram histórias e análises com o jornalista do Maré de Notícias, Hélio Euclides, o editor da Marco Zero Conteúdo, Inácio França, com Maryellen Crisóstomo, coordenadora de comunicação da CONAQ e o midiativista indígena Pepyaká Krikati, comunicador da Coiab. Cada um trouxe parte de sua vivência e saberes na área, relembrando passagens da trajetória profissional e militante, apontando possíveis rumos para o trabalho de comunicação dos movimentos sociais e populares.
“A centralidade do direito a informação foi reforçada nessa série de encontros”, conclui Claudio Nogueira, coordenador do setor de comunicação da FASE. “Temas como a regulação das mídias, a ocupação dos espaços digitais e o combate às fake news devem se tornar parte do dia a dia na nossa organização, a partir do letramento digital, da educação midiática e, sobretudo, da apropriação de um novo fazer comunicacional na FASE.”