18/05/2006 13:22
Cerca de 500 índios Tupinikim e Guarani do município de Aracruz (ES) iniciaram na manhã desta terça-feira a auto-demarcação das suas terras. Eles pretendem que o Ministro da Justiça Márcio Thomas Bastos garanta a demarcação dos 18 mil hectares de terras indígenas reconhecidas como tais por estudos conclusivos da FUNAI. Destes 18 mil, hectares, 11 mil ainda não foram demarcadas e estão nas mãos da multinacional Aracruz Celulose. O Ministério Público Federal do Espírito Santo encaminhou pedido, através do Procurador Geral da República Cláudio Fonteles, ao Ministro da Justiça, recomendando a ele a editar uma nova portaria de demarcação que garanta o direito dos Tupinikim e Guarani sobre os 18 mil hectares.
A comissão de caciques e lideranças Tupinikim e Guarani encaminhou uma carta aberta ao Ministro da Justiça, explicando os motivos da ação (segue abaixo). Declaram que com este ato, queremos expressar para o Sr. e para todo o povo brasileiro, que as terras pertencem aos povos Tupinikim e Guarani, e devem ser devolvidas para construirmos o nosso próprio futuro, garantindo nossa liberdade e autonomia, e o futuro dos nossos filhos e netos.
Em solidariedade à ação dos índios, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) do Espírito Santo, junto com outras entidades, movimentos, igrejas e demais apoios, está mobilizando 400 pequenos agricultores para protestar na frente da fábrica da Aracruz Celulose, símbolo do agronegócio e do latifúndio no Espírito Santo e violadora dos direitos indígenas.