13/01/2022 21:05
Karen Melo¹
Agentes da Secretaria de Ordem Pública (Seop), com apoio da PM e Polícia Civil, fizeram nesta quarta-feira, dia 12, uma operação para remoção de moradias ao lado da linha do trem, na Rua Leopoldo Bulhões, no Complexo de Manguinhos.
A ação tinha como objetivo acabar com a ocupação irregular do espaço público mas, segundo os moradores, o despejo foi feito de forma arbitrária e sem aviso prévio, às 5h da manhã, com o uso de blindados da polícia (conhecidos como caveirões).
Em imagens enviadas por moradores e publicadas nas redes sociais, é possível constatar a violência policial, que causou muita confusão no local. Para a educadora da FASE Rio, Rachel Barros, esse tipo de ação é totalmente truculenta, já que a cidade observa o aumento de número de casos de Covid — e a população pobre é a que mais sofre.
“Os moradores de favelas são os mais afetados pela situação socioeconômica, desemprego e miséria e ainda tem que se deparar com remoção e violência nesse momento de pandemia que estamos vivendo”, argumenta Rachel. “A prefeitura do Rio está colocando esses moradores em situação de risco extremo. São situações de risco à saúde e à vida dos moradores”.
Desde o início da semana, policiais da 21ª DP (Bonsucesso) realizam a operação Limpidus, que combate lava-jatos clandestinos na região conhecida como “Faixa de Gaza”, na Rua Leopoldo Bulhões. A prefeitura informou que nessa ação 17 estruturas foram demolidas, entre lava-jatos e outras construções irregulares. Uma mulher foi conduzida para a delegacia por ter agredido uma agente da guarda municipal.
“O argumento de ilegalidade não pode suplantar o direito das pessoas a terem casas e a trabalhar. A truculência desse tipo de operação, que é feita junto com forças policiais, demonstra que o uso da força coercitiva é algo que está presente nessa gestão pública que está sendo implementada no Rio” analisa Rachel Barros.
¹ Com supervisão de Claudio Nogueira