11/07/2014 17:49

O VI Encontro Nacional da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) acontecerá na capital mineira Belo Horizonte entre os próximos dias 24 e 26 de julho. Cerca de 150 pessoas de diversas regiões do país devem participar do evento. Entre os principais objetivos está a construção coletiva de um diagnóstico crítico sobre a conjuntura e as desigualdades ambientais ligadas ao atual modelo de desenvolvimento.

Segundo a RBJA, está evidente que a reprodução da forma atual de acumulação de riqueza na sociedade só é possível por meio da produção de injustiças. “Nessa perspectiva são as áreas onde vivem populações pobres, negras e indígenas as que recebem as atividades mais poluentes e são estes grupos que estão mais expostos a riscos e problemas ambientais”, comenta Julianna Malerba, do Colegiado Político da RBJA e da FASE.

Ela alerta que essa também é uma realidade no Brasil. “Temos uma avaliação de que a retomada, nos últimos 10 anos, do papel do Estado como indutor do crescimento econômico impõe novos desafios para a agenda socioambiental. O financiamento de programas de inclusão social e o estímulo ao mercado interno que marcam o período se viabilizaram graças à expansão das fronteiras de exploração de recursos naturais”, expõe.

Julianna também chama atenção para a importância do debate quando aponta para uma relação contraditória: “o compromisso com a superação da desigualdade e da pobreza tem impulsionado a expansão de atividades extrativas e intensivas no uso dos recursos naturais e impactado, justamente, os grupos historicamente vulnerabilizados, que detém menos poder”.  

RBJA existe desde 2002 e reúne cerca de 100 movimentos sociais, entidades ambientalistas, organizações, associações de moradores, órgãos de ensino e pesquisadores universitários que se unem em torno do campo político de defesa da Justiça Ambiental. Trata-se de marco conceitual que aproxima as lutas populares pelos direitos sociais e humanos, por qualidade de vida e pela sustentabilidade ambiental. Impactados por conflitos relacionados à expansão das atividades petrolíferas e mineradoras estarão em seu VI Encontro Nacional. Indígenas, pescadores, ribeirinhos, cujos direitos territoriais vêm sofrendo ataques pelo agronegócio, também pautarão os debates.