26/01/2023 14:59
*Paula Schitine
Representantes da FASE participaram de painéis de debate na Oficina de Construção do Caderno de Estudos da Marcha das Margaridas, que acontece em agosto deste ano, com o lema “Pela reconstrução do Brasil e pelo bem-viver”.
A Marcha das Margaridas é realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), pelas 27 Federações de Trabalhadores na Agricultura (FETAGs), pelos mais de 4 mil Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTRs) e por várias organizações de mulheres parceiras, e acontece de quatro em quatro anos, em Brasília.
O objetivo do encontro de dois dias, que contou com a presença da Ministra das Mulheres, Aparecida Gonçalves foi construir coletivamente, orientações quanto aos
conteúdos e abordagem político-metodológica de elaboração do Caderno considerando o debate dos eixos políticos e o lema da Marcha das Margaridas 2023, que estruturam sua Plataforma Política.
A oficina reuniu aproximadamente 50 participantes, que sãor mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade, dirigentes sindicais da Comissão Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais (CNMTR) e representantes das Organizações parceiras da Marcha das Margaridas, além de colaboradoras, pesquisadoras, educadoras populares.
A coordenadora do Grupo Nacional de Assessoria da FASE, Maureen Santos, participou do painel, “O que é justiça ambiental e por que as mulheres do campo, da floresta, das águas e das periferias clamam por justiça climática”.
“O desmatamento, as queimadas, a destruição da biodiversidade, o uso de agrotóxicos, a exploração dos bens da natureza, a poluição das águas e do meio ambiente em geral provocada pela mineração, pelo agronegócio, entre outros, geram impactos negativos, de forma desigual entre populações historicamente excluídas, como as populações do campo, das florestas e das águas, sobretudo, as mulheres”.
A assessoria da FASE, Maria Emilia Pacheco também colaborou no painel temático “Terra, natureza, sociobiodiversidade e agroecologia”.
“O avanço do capital sobre os territórios tem causado a perda da biodiversidade que caracteriza os biomas, ameaçado os modos de vida das populações e os bens comuns da natureza. Além disso, ele se expande sobre os corpos e o trabalho das mulheres. A defesa e proteção da biodiversidade e dos bens comuns, a exemplo do coco-babaçu, é uma luta por território e por um modo de vida e produção. Portanto, o direito ao território é direito de acesso aos bens comuns”.
A Marcha das Margaridas
A Marcha das Margaridas é um movimento político feito pelas mulheres do campo e da floresta em defesa da melhoria na qualidade de vida dessas trabalhadoras. A ação tem como objetivo a denúncia, a mobilização e a organização das mulheres rurais na luta contra a violência sexista, pela visibilidade da contribuição econômica das mulheres no trabalho do rural e pela consolidação de políticas públicas voltadas a elas.
A marcha acontece desde os anos 2000, sempre em Agosto, e leva esse nome em homenagem à Margarida Alves, primeira sindicalista do Brasil, assassinada em 1998 por latifundiários