19/12/2012 11:14
A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) convidou parceiros em todo o país para o Seminário Convocatório do III Encontro Nacional de Agroecologia. O debate sobre ideias que devem nortear o III ENA aconteceu de 11 a 13 de dezembro, em Luziânia (GO). Participaram cerca de 70 representantes de diversas redes, fóruns e organizações, entre elas a FASE.
Um dos objetivos da reunião foi compreender o momento político em que o próximo encontro nacional deve acontecer – tanto no que diz respeito ao contexto nacional quanto da organização da própria ANA. Se o I ENA, em agosto de 2002, ajudou a conectar redes e garantir o reconhecimento nacional das entidades que desenvolviam experiências agroecológicas – desaguando na fundação da ANA- o II ENA, em 2006, foi o momento de fortalecer as experiências agroecológicas nos territórios como lugar de denúncia do agronegócio e construção de alternativas. O Encontro Nacional de Diálogos, em 2010, foi lembrado como marco na história da ANA na busca por conexões com outros segmentos de luta por um desenvolvimento realmente sustentável, como saúde coletiva e justiça ambiental.
Apesar da hegemonia do agronegócio a percepção dos participantes do encontro de Luziânia é de que há significativo acúmulo de experiências agroecológicas nos últimos anos. Isso é medido pelo crescimento no número de pesquisas dentro e fora das universidades que apontam a agroecologia como alternativa à crise civilizatória – incluindo soberania alimentar e mudanças climáticas, por exemplo. Além disso, foram conquistadas algumas políticas públicas – não direcionadas à agroecologia, mas que a fortalece -, como no caso do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Completa o contexto a recente assinatura do decreto que estabelece a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (PNAPO), cujo processo de formulação também fortaleceu a expressão política da ANA – que pretende que esta não seja uma política ambiental, de técnicas ou de mercado, e sim centrada na promoção da agricultura familiar como base social e econômica do desenvolvimento rural.
Temas como segurança alimentar, saúde e direitos territoriais devem nortear o encontro que a Articulação Nacional de Agroecologia programa para 2014. Também está clara a intenção de que a organização do III ENA seja um processo que fortalece os “Diálogos e Convergências” expressados no encontro homônimo de 2010 com outras redes e fóruns e não apenas um evento isolado. Para Silvio Almeida, do núcleo executivo da ANA, é preciso reafirmar que a ANA é uma rede aberta em busca de convergências com comunidades e organizações em torno de um projeto comum de desenvolvimento rural no Brasil que responda às necessidades das maiorias rurais e urbanas. Para ele, os encontros até aqui cumpriram um papel de mobilização, pensamento e experiências que foram sintetizadas para fazer um balanço, pensar no futuro e criar uma identidade. “O momento agora é de diálogo com a sociedade e visibilizar as alternativas agreocológicas”, complementou.
Saiba mais no site da ANA: www.agroecologia.org.br