28/02/2013 11:16

Lívia Duarte, jornalista da FASE, com informações da página da ANA

Entre os dias 19 e 21 de fevereiro o Movimento de Mulheres Camponesas realizou em Brasília o segundo grande encontro de sua história. Com a presença de agricultoras de 23 estados, além de militantes feministas e de outros movimentos sociais do Brasil e estrangeiras, elas exigiram o fim da violência contra as mulheres e debateram temas como agroecologia, alimentação saudável e crédito rural. Elas também afirmaram a luta por novos direitos – como licença maternidade de seis meses para as camponesas, um direito ainda urbano. A questão da aposentadoria também foi lembrada como fundamental para que não seja, no futuro, um direito perdido. Durante a maior caminhada do encontro elas fincaram cruzes lembrando dezenas de mulheres vítimas da violência no campo nos últimos anos.

Maria Emília Pacheco, da FASE, que é presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), lembrou durante o debate sobre alimentação saudável e feminismo que as 3 mil mulheres presentes não representam somente seus estados, mas também biomas e identidades próprias que compõe, na visão dela, a riqueza da sócio biodiversidade brasileira.

Maria Emília contou a trajetória de resistência do movimento agroecológico, representado principalmente na Articulação Nacional de Agroecologia (ANA). Explicou que, baseada em alguns princípios ligados ao conhecimento tradicional, a agroecologia funciona com base na diversidade utilizando ao máximo os insumos locais. É um sistema com a natureza, e não contra ela. “Capacidade de uso máximo dessa riqueza interna, não se reduz a uma dimensão tecnológica. Tem o ponto de vista social e econômico, não se faz sem o direito à terra. Por isso, defende a retomada da reforma agrária”, descreveu.

Uma das dirigentes do MMC, Rosangela Piovesani, afirmou que o evento foi “muito importante porque só com formação e organização que de fato a gente vai avançar no enfrentamento às desigualdades sociais e, em especial, a violência doméstica”. Ela também avaliou que o encontro foi muito positivo para o movimento, “As mulheres estão emocionadas, firmes, saem daqui com muita certeza de que temos de trabalhar cada vez mais nossa organização e nossa luta, a resistência pelo o que é nosso de direito”, afirmou.

Durante o encontro a Presidenta da Republica Dilma Rousseff assumiu o compromisso público de contribuir na efetivação da pauta entregue pelo Movimento de Mulheres Camponesas.

Saiba mais nas reportagens de Eduardo Sá publicadas na página da Articulação Nacional de Agroeologia.