Comunicação FASE
10/11/2025 17:51
A FASE lança hoje (10), no dia oficial de abertura da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), a sua carta política de posicionamento por justiça climática, um documento que reafirma compromissos históricos da organização e apresenta diretrizes estratégicas para o enfrentamento da crise climática a partir dos territórios e maretórios. A publicação também orienta a atuação da FASE como parte da construção da Cúpula dos Povos da Amazônia e no diálogo com governos, movimentos sociais e demais organizações da sociedade civil.
Com o título “Justiça Climática: as soluções vêm dos territórios – Compromissos da FASE com Territórios e Maretórios de Justiça Climática”, a carta reforça que as respostas efetivas à crise climática não podem se basear em falsas soluções, mecanismos de mercado ou processos que aprofundem desigualdades. Ao contrário, devem nascer nas experiências concretas de povos, comunidades tradicionais, populações urbanas periféricas, agricultores e agricultoras e demais grupos que historicamente constroem alternativas de convivência, resistência e transformação socioambiental.
Sociedade civil como sujeito coletivo indispensável
No documento, a FASE reafirma o papel central das organizações da sociedade civil na construção de políticas climáticas que articulem democracia, justiça ambiental e garantia de direitos. A organização destaca que a crise climática amplia desigualdades ambientais, econômicas e sociais, atingindo sobretudo a maioria global historicamente excluída e diretamente impactada pelos desastres e pelas falsas soluções impostas, especialmente nos países do Sul Global.
Segundo a carta, superar os efeitos devastadores da crise contemporânea exige romper com o desequilíbrio estrutural entre Norte e Sul Global e construir políticas que assegurem padrões dignos de vida às populações mais vulnerabilizadas. Nesse contexto, a Agenda Política da FASE para a Justiça Climática estrutura o posicionamento institucional com base em princípios que marcam sua trajetória de mais de 60 anos: defesa da democracia, combate ao racismo, promoção da Reforma Agrária, Direito à Cidade, Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, além da defesa dos direitos das mulheres e do fortalecimento da participação social.
A partir desses princípios, a carta apresenta três compromissos estratégicos para orientar políticas públicas e ações da sociedade civil:
- Transição justa, popular e inclusiva
- Adaptação climática construída a partir dos territórios
- Financiamento climático justo e não mercantilizado
Um posicionamento para além da COP30
Com a COP30 sediada na Amazônia, a FASE ressalta a importância de que acordos internacionais reconheçam o papel fundamental das populações amazônidas na proteção das florestas e na construção de alternativas sociais e econômicas sustentáveis. O documento aponta que não há justiça climática possível sem justiça social, e nenhuma estratégia global será efetiva se desconsiderar os territórios onde a vida se constrói e resiste diariamente. A Carta Política da FASE se soma aos esforços de movimentos sociais, povos e organizações que, durante a COP30 e a Cúpula dos Povos, pautam a urgência de respostas estruturais para enfrentar a emergência climática, reconhecendo responsabilidades, fortalecendo a democracia e ampliando o protagonismo dos territórios.
Campanha Justiça Climática: as soluções vêm dos territórios
Este material faz parte da campanha “Justiça Climática: as soluções vêm dos territórios”, realizada pela FASE no contexto da COP30 e da Cúpula dos Povos, que reafirma que as soluções já existem: vêm das práticas populares, saberes tradicionais e resistência coletiva na cidade, no campo, na floresta e nas águas.
