13/10/2010 12:15
Aqui nesta página você pode ler várias notícias descrevendo a concepção que orientou a FASE na proposição e instalação dos Núcleos Produtivos para jovens e mulheres que atuam como AMAs. Um dos pilares desta concepção metodológica, foi potencializar a existência e funcionamento dos Núcleos Produtivos, enquanto experiência capaz de demonstrar, nas condições sócio ambientais vigentes na própria comunidade, que a aplicação dos princípios agroecológicos nas atividades produtivas, era capaz de mudar, para melhor, a capacidade de produção dos agricultores familiares, a geração de renda, e seu acesso a uma alimentação mais saudável. Outro elemento fundamental dos Núcleos Produtivos é permitir a multiplicação dos conhecimentos e o aprofundamento dos conteúdos trabalhados nos diferentes momentos do percurso formativo trilhados pelos AMAs.
A FASE acredita que os Núcleos Produtivos devem ter um efeito demonstrativo para um número cada vez maior de agricultores familiares que moram e trabalham nas mesmas comunidades onde atuam os jovens e mulheres AMAs. Assim sendo, a técnica agropecuária Andréa Almeida, integrante da equipe da FASE que atua no território do Sisal, mais precisamente nos municípios de Araci, e Serrinha, organizou uma Oficina Temática, na comunidade de Saco do Moura, em Serrinha, no dia 29 de setembro. Nesta Oficina, a técnica agropecuária da FASE, juntamente com as AMA´s Maristela Freitas de Souza; e Zuleide do Nascimento; mais o representante do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sr. Antônio; procuraram estimular a reflexão dos participantes sobre as possibilidades de um número crescente de famílias passar a adotar práticas empregadas pelos AMAs em seus Núcleos Produtivos.
O objetivo desta Oficina Temática foi demonstrar que é possível instalar e fazer funcionar uma experiência semelhante a um Núcleo Produtivo, mesmo sem o investimento financeiro que foi viabilizado pelo Projeto AMAs I (clique aqui para conhecer a primeira etapa do Projeto AMAs). Neste caso concreto, trata-se de um Núcleo Produtivo de avicultura que vem funcionando bem, e que despertou o interesse de outras famílias agricultoras da comunidade. Só que as pessoas alegavam que era impossível replicar a experiência, sem os recursos que foram repassados aos AMAs, pela FASE, em 2008 e 2009.
A FASE organizou, então, a visita das famílias agricultoras acompanhadas pelas AMA´s, à propriedade do Sr. Pedro, conhecido como Pedrinho, na comunidade de Saco do Moura. Durante a visita, a FASE demonstrou para as famílias que é possível ter um núcleo de produção de avicultura, semelhante ao dos AMA´s. O Sr. Pedro que é agricultor na comunidade, conheceu o Núcleo Produtivo, e se interessou em fazer algo parecido. A assessoria técnica prestada pela FASE estimulou e propôs alternativas para implantar a experiência, mesmo sem o aporte financeiro antes possível pela primeira etapa do Projeto AMAs. O Sr. Pedro acreditou na viabilidade da iniciativa e foi adaptando as práticas que conheceu no Núcleo Produtivo, às condições realmente existentes em sua propriedade. Hoje, o Sr. Pedro já cria muitas aves, obtém uma produção média diária de uma dúzia de ovos. Fez um reservatório de água,delimitou uma área com cerca de 50 metros quadrados, cercada com tela para criar as galinhas. Para evitar a dependência de insumos externos à propriedade, o Sr. Pedro usa raspas de mandioca que ele mesmo produz, como alimentação que se soma àquela existente na área delimitada para pastoreio das aves. Além disso, o Sr. Pedro planta milho e girassol para elaborar ele mesmo a ração de seus animais.
Os AMAs e famílias acompanhadas que participaram desta Oficina Temática comprovaram o efeito multiplicador, e a replicabilidade do Núcleo Produtivo, debatendo então quais alternativas poderiam ser buscadas para suprir a falta de recursos para investimento nesta II Etapa do Projeto AMAs. Neste debate, aflorou com força a idéia de definir propostas de acesso ao crédito rural tipo PRONAF, sendo que a Equipe Técnica da FASE Bahia estará a postos para assessorar aquelas famílias de agricultores interessadas em ampliar sua produção com recursos obtidos via acesso ao PRONAF.