07/11/2011 21:34
O trabalho da FASE no Território do Médio Rio de Contas tem sido essencial para o processo de revitalização das entidades associativas e sindicais dos municípios de Teolândia e Ibirapitanga. Durante muitos anos, esta região viveu dominada pela monocultura do cacau. A agricultura familiar começou a redescobrir e recriar sua identidade apenas há alguns anos, quando se acelerou a busca por alternativas de sobrevivência.
A assessoria técnica da FASE vem acompanhando esses esforços de busca por novos mercados para a comercialização de uma produção que se diversifica, embora de maneira ainda lenta, pois estes agricultores familiares enfrentam problemas muito graves de falta de infraestrutura e têm de conviver com áreas exíguas e de média e alta declividade. Mas, mesmo com estas dificuldades, o que se nota são avanços e melhorias, conquistadas graças ao esforço e dedicação de jovens e mulheres que atuam como AMAs.
O trabalho de assessoria técnica da FASE neste território, sob a responsabilidade de Maciel Barbosa, conta com a decidida parceira da atual direção do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibirapitanga, cujo dirigente, Idilberto Souza, assume também a função de Articulador Territorial. As atividades de formação dos jovens e mulheres AMAs têm sido feitas em sintonia com a identificação de demandas e a realização de diagnósticos nas comunidades e propriedades familiares. Este procedimento é considerado indispensável pela FASE para que se avance na construção coletiva de conhecimentos que são permanentemente submetidos ao critério da prática, ou seja, os próprios agricultores envolvidos nas atividades de formação, aplicam estes conhecimentos no dia-a-dia de suas atividades produtivas, interagindo com outras famílias agricultoras e com a equipe técnica da FASE.
O conjunto das ações desenvolvidas pela FASE em Ibirapitanga, aliado à receptividade das comunidades e lideranças sindicais e à parceira com a FETRAF Bahia, permitiu o afloramento de um processo de revitalização que envolveu as entidades associativas comunitárias e o próprio Sindicato dos Trabalhadores Rurais. Jovens e mulheres que viviam isolados e dispersos nas comunidades começaram a desenvolver atividades produtivas, alicerçando um progressivo caminho de inclusão econômica, e iniciaram também uma trajetória crescente de participação nas associações e no próprio sindicato. Isto resultou na inclusão social e política desses agricultores familiares. Obtém-se, portanto, o fortalecimento da agricultura familiar enquanto sujeito político e ator coletivo. Existem oito AMAs em Ibirapitanga, atuando nas comunidades de Acarás; Oricó; Revés; e Três Morros. Seus Núcleos Produtivos vêm sendo construídos e funcionam com qualidade diferenciada pois o contexto natural e a experiência agrícola dos AMAs também é diferente.
Estes AMAs vêm crescendo não só no aspecto de sua inclusão econômica, através de suas atividades produtivas, mas também no que se refere ao seu papel de cidadãs e de cidadãos. A AMA Andréia Damiana assumiu a presidência da Associação dos Pequenos Produtores Rurais de Acarás. E as AMAs Analécia Ciro dos Santos; e Leidivane de Souza, integram a nova diretoria do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibirapitanga que tomou posse em 21 de outubro.
A FASE expressa aqui suas mais sinceras congratulações a estas jovens mulheres agricultoras familiares que demonstraram garra e perseverança na busca por melhores condições de vida e de trabalho. Elas demonstram também que é possível promover relações mais equilibradas de gênero e geração.