08/09/2010 12:02

Neste trabalho, a FASE procura incorporar as metodologias de educação popular acumuladas em seus quase 50 anos de existência, levando em consideração as características sócio-ambientais de cada localidade em que o trabalho efetivamente acontece. Na visão da FASE, a prática de ATER inclui não só a assessoria técnica propriamente dita, prestada pelos técnicos agropecuários nas comunidades onde residem os jovens e mulheres AMAs, mas inclui também, de maneira integrada, o processo formativo (oficinas modulares e temáticas; laboratórios), e a participação nos espaços de planejamento e avaliação.

As pessoas que integram a Coordenação Estadual (agrônomo, administradora, pedagoga) e a Equipe Técnica (técnicos agropecuários), juntamente com educadores populares e pessoal administrativo da FASE, são responsáveis coletivamente pela operacionalização das diferentes ações do Projeto AMAs II. Tanto a assessoria técnica prestada pela FASE nas comunidades, como as diferentes modalidades do processo formativo, dependem deste trabalho coletivo, onde cada integrante assume determinadas responsabilidades, conforme suas habilidades.

A FASE se preparou para realizar planejamentos onde pudessem participar o pessoal profissionalmente contratado para atuar no projeto, os representantes das entidades sindicais e comunitárias parceiras, e gente das comunidades, além dos próprios AMAs. Em cada um dos 8 territórios de identidade onde a FASE Bahia vem atuando, existe uma pessoa que assume a função de Articulador Territorial, e periodicamente são realizadas reuniões de monitoramento e gestão, e as visitas da Coordenação Estadual aos municípios e comunidades. Tudo isso contribui para qualificar e ampliar a participação das pessoas nas diferentes etapas de planejamento, de execução do foi planejado, de avaliação do que se executou, e de debate sobre quais são as medidas necessárias para a correção de rumo em casos concretos de diagnóstico de problemas.

No Território do Sisal, por exemplo, a FASE está atuando também em São Domingos e Valente, onde se identificou uma demanda por assessoria técnica relacionada a práticas de conservação de solo. Assim sendo, este conteúdo foi selecionado para ser abordado em diversas oportunidades, tanto nas visitas de assessoria técnica, como em Oficina Temática.

Jovens e mulheres AMAs, bem como outras famílias da comunidade, puderam conhecer o procedimento demarcação de curvas de nível utilizando um método simples, acessível às condições concretas em que trabalham essas famílias que é o Pé de Galinha. Outra demanda se refere a métodos para aumentar a segurança alimentar das famílias. Por isso, a FASE sempre estimula a implantação de hortas domésticas com procedimentos adaptados às condições do Semi Árido. Como a maioria das famílias que residem na região do Sisal combina atividades de criação com agricultura, a assessoria da FASE procura demonstrar quais as possibilidades de promoção de uma maior integração entre essas atividades produtivas, procurando diminuir e até mesmo eliminar a necessidade de insumos externos, e buscando preservar os recursos naturais e serviços ambientais de cada propriedade. A silagem é uma das alternativas que vem sendo implementada para viabilizar alimentação do plantel de ovelhas dessas famílias, a partir de forrageiras produzidas pelas próprias famílias. Sempre que possível, estas demandas e atividades feitas nas etapas de assessoria técnica nas comunidades são aprofundadas nas Oficinas Modulares, e Temáticas, e também testadas nos laboratórios.