28/03/2012 12:54

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No Extremo Sul, em várias comunidades trabalhadas pela FASE, jovens e mulheres AMAs participaram de mais uma atividade de seu percurso formativo, em janeiro de 2012. Na Comunidade de São Francisco, município de Prado, onde residia a AMA Marinalva Nogueira, recentemente falecida, quando retornava do Seminário de Avaliação, os Laboratórios foram concebidos como momentos de aprofundamento prático de temas já trabalhados anteriormente, nas Oficinas Modulares. As atividades pressupunham, portanto, o conhecimento de fundamentos e conceitos teóricos, agora aplicados – de maneira concreta – nas condições mais aproximadas das realidades de vida e trabalho.

O maior enfoque esteve na formação sócio-técnica dos AMAs que se dedicam à fruticultura. O Laboratório contou com a presença dos técnicos agropecuários Adonias Lima e Polianne Alves, do Coordenador Estadual Renner Oiticica e do Articulador Territorial Rubens Farias. Os participantes puderam vivenciar os diferentes processos de produção na propriedade da família da AMA Marinalva Nogueira, que continua trabalhando com o Núcleo Produtivo de Fruticultura. Foi possível observar o planejamento e a execução das diferentes etapas envolvidas na produção das polpas de frutas: formação e manejo do pomar; colheita, beneficiamento das frutas e sua agroindustrialização; e produção de polpas congeladas para posterior comercialização.

No que se refere à produção das frutas (matéria prima das polpas), foram resgatados: os procedimentos adotados quando da aquisição e plantio das mudas, o preparo do solo e os cuidados na época do plantio. Os participantes também conheceram as técnicas empregadas pela família no manejo das árvores frutíferas, as maneiras de identificação de pragas e doenças que podem interferir na produção e na qualidade das frutas, e os critérios utilizados para a fabricação e aplicação de defensivos naturais, como a calda bordaleza. Ainda no que se refere à parte agrícola, foi possível testar métodos de elaboração e aplicação de adubos orgânicos, e analisar os princípios e procedimentos para a realização das podas de formação das árvores.

O caso vivido pela família da AMA Marinalva Nogueira representa um exemplo em que a perseverança e a dedicação – em conjunto com a assessoria técnica da FASE e com o Articulador Territorial – superaram todas as exigências da vigilância sanitária para a comercialização das polpas em mercados locais e regionais. A família conseguiu, inclusive, cumprir as etapas necessárias para se formalizar e vender os alimentos através da emissão da Nota do Produtor Rural (SimBahia Rural).