28/01/2010 16:01

O compromisso com a criação de alternativas econômicas para os desfavorecidos da sociedade brasileira tem sido uma constante da história da Fase. São muitas as formas de fazer com que o potencial humano produtivo das massas populares possa se desenvolver sem, necesariamente, depender dos humores do mercado de trabalho. Menos ainda dos limites colocados pelo patronato à renda social, como demonstram o histórico de arrocho salarial e as perdas sucessivas do poder aquisitivo do salário.

Uma das formas de incentivar a economia popular é a criação de bancos de crédito solidário, mais conhecidos como Bancos do Povo. Na Bahia, desde 2001 existe uma organização chamada Instituição Comunitária de Crédito Itabuna Solidária. Sua experiência é um sucesso, e vem contribuindo para incrementar a renda, e por conseqüência a autonomia, de muitas famílias da região sul do estado. A Fase Bahia vem apoiando e participando ativamente deste Banco do Povo baiano, tendo inclusive participado de seu conselho de administração e de sua direção.

Aqui você pode conhecer um pouco mais acerca deste empreendimento social solidário, por meio do relato da Agência Sebrae de Notícias da Bahia, enviado pelo escritório baiano da Fase.

“O ano de 2009 foi considerado um dos melhores da trajetória do Banco do Povo de Itabuna pelo seu diretor-executivo Omar Santos Costa. O volume de recursos emprestado foi de R$ 933.000, 20% superior a 2008, firmando 741 contratos. A elevação dos valores e montante de empréstimos foi resultado do esforço da Instituição Comunitária de Crédito Itabuna Solidária (Banco do Povo) em crescer em penetração e capilaridade numa política de proximidade com as localidades, comunidades e público-alvo. Neste sentido, foram realizadas 36 reuniões de bairros, o que possibilitou uma aproximação maior do banco. Além das reuniões, a instituição participou de mutirões comunitários nos bairros São Caetano e Novo Horizonte nas zonas sul e norte de Itabuna.

O ano foi marcado também pela ampliação geográfica da área de atuação do Banco do Povo, que se iniciou pelo município de Buerarema, a 452 quilômetros a sul de Salvador e a 18 de Itabuna. Com o apoio do Rotary Clube e do Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) daquela cidade, a instituição emprestou e acompanhou clientes da localidade.
Ao final do ano, a carteira ativa do município já representava 10% da carteira total da instituição.

Além de emprestar os recursos aos empreendedores de pequeno porte, a instituição vem ampliando os serviços de acompanhamento e orientação aos clientes. Em 2009, dando continuidade a uma parceria de longas datas com o Sebrae, foram ofertados quatro cursos aos clientes gratuitamente, todos nos bairros.

Outra parceria que resultou na ampliação da carteira de empréstimo foi entre o Banco, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS). A parceria firmada no final de 2008 prevê um apoio do MTE para que o Banco empreste recursos para empreendedores que recebem o Bolsa Família. O apoio possibilitou a criação de linha de crédito especifica e mais barata. Desta forma, 19% dos créditos foram destinados às famílias que recebem o benefício.

Ainda em 2009, a instituição iniciou pesquisas para implantação de um Banco Comunitário como projeto piloto na região do bairro Maria Pinheiro, na periferia de Itabuna. A expectativa é iniciar o projeto no início de 2010.

Para 2010, além do projeto de Banco Comunitário, a instituição também pretende lançar um programa de Educação Financeira e de estímulo à poupança destinado a todos os clientes. Dando continuidade ao plano de expansão, pretende atender os municípios de Itajuipe e Itapé. Ao longo do ano, espera-se emprestar R$ 1.300.000.

Quanto às parcerias, a instituição vai trabalhar para captar mais R$ 350.000 com a Desenbahia, ampliar os contratos com o Ministério do Trabalho e Emprego e a relação com o Sebrae, além de manter e ampliar com os parceiros locais.

Banco do Povo em Números
– Empréstimos – Total: R$ 4.800.000
– Contratos – Total: 4.676
– Gênero: 65% para mulheres; 35% para homens;
– Atendeu 1.729 empreendimentos de pequeno porte.
– Beneficiou 6.224 pessoas;
– 13% dos créditos foram para idosos;
– 21% dos contratos firmados com pessoas não alfabetizadas;
– 80,91% destinados a pessoas de cor preta e parda;
– 92% dos créditos destinados a empreendimentos informais;
– 67% dos empreendimentos são familiares;
– 65% das famílias atendidas têm no negócio a única fonte de renda;
– 90% dos empréstimos foram destinados a atividades comerciais.
Fonte: Agência Sebrae de Notícias Bahia