26/08/2010 15:12

Desde dezembro de 2001 que os micro e pequenos empreendedores de Itabuna contam com um forte aliado para alavancar seus negócios. Em nove anos de fundação, o Banco do Povo já emprestou mais de R$ 5,5 milhões e a procura por novos créditos não para de crescer.

Para atender a demanda, a instituição sem fins lucrativos teve que se modernizar. Na sexta-feira, 20/08/10, autoridades municipais, representantes de associações de moradores e o diretor de suporte do Sebrae, Antonio Marcos de Almeida, participaram da reinauguração da sede do banco. “A modernização atinge toda a área de atendimento. Modificamos também a nossa marca para que ela ficasse com uma linguagem mais direta com o nosso cliente”, explica Omar Santos, economista e diretor executivo da instituição.

Para Omar, a data marca uma era de expansão e comemora nove anos de funcionamento ininterruptos. Agora, os usuários contam com um ambiente mais confortável. O banco foi criado para atender pessoas que têm pequenos negócios e normalmente não têm acesso a bancos convencionais. O dirigente do Banco Povo lembra que para a pessoa de baixa renda ter acesso a uma linha de crédito no banco convencional é muito complicado. Um processo que envolve muito papel, incluindo uma linguagem que muitos pequenos comerciantes não dominam.

Além de oferecer um crédito com uma tarifa bem menor, o papel do Banco do Povo é também dispor de uma metodologia de acesso mais fácil ao crédito. Esses foram fatores decisivos para assinatura de mais 5 mil contratos. São mais de 440 clientes ativos e mais de 2.500 pequenas empresas já atendidas em 92 tipos de empreendimentos.

O sucesso é tanto que o Banco do Povo iniciou, no ano passado, o processo de expansão para municípios vizinhos e hoje pequenos empreendedores de Buerarema, Itajuípe, Itapé contam com linha de crédito. O próximo passo será atender a população de Barro Preto.

O Banco do Povo tem sócios como a Associação Comercial de Itabuna (ACI), FASE Bahia, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Associação das Pequenas e Micro Empresas (APEMI), sindicatos dos Bancários, dos Contabilistas, dos Funcionários Públicos; Igreja Batista Teosópolis e Paróquia Santa Rita de Cássia, além de vários empresários.

O Sebrae e Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) são os principais parceiros do Banco do Povo em Itabuna. De acordo com o gerente de microfinanças da Desenbahia, Marcelo Mesquita, através da parceira, a Agência já liberou R$ 800 mil, sendo que R$ 350 mil em contrato assinado em abril deste ano. Para o diretor de suporte do Sebrae na Bahia, Antônio Marcos de Almeida, o Banco do Povo vem se traduzindo em uma organização que consegue desburocratizar o crédito. “O mais importante é que ele oferece crédito para aqueles que não conseguem ter acesso ainda às instituições financeiras convencionais”.

O secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Itabuna, Carlos Leahy, destacou a reestruturação da agência e lembrou que há cerca de 10 anos, quando assumiu a Câmara de Dirigentes Lojistas de Itabuna (CDL), lutou muito para que a agência do Banco do Povo fosse aberta. “A instituição tem dado uma contribuição extraordinária para o município”.

O coordenador Regional do Sebrae, Renato Lisboa da Silveira, lembra a importância da orientação para o crédito. “Nossa competência é oferecer conhecimento a esses empreendedores. Não adianta só o crédito. Sem acompanhamento especializado, ela pode não sobreviver. Por isso, a gente oferece a capacitação e o conhecimento e o Banco do Povo assegura o crédito. Essa é uma parceria que tem dado certo”.

Histórias de sucesso – A comerciante Domingas Silveira Viana, de 66 anos, moradora do bairro Lomanto, em Itabuna, afirma que a sua história com o Banco do Povo é de muita alegria e começou com um empréstimo no valor de R$ 400. O dinheiro foi investido na compra de confecção para revender nas feiras livres dos municípios de São José da Vitória e Itapé. “Peguei o empréstimo e não tive nenhuma dificuldade para quitar a dívida. Tudo foi feito sem burocracia e com um atendimento humanizado. Tenho certeza que, em qualquer outra instituição financeira, eu não seria tratada dessa forma.”

Outra que fez empréstimo e não se arrependeu foi Adelaide Carvalho Mendes, de 71 anos. Ela pegou o empréstimo e, em seguida, teve palestras do pessoal do banco ensinando como investir o dinheiro. Com essas palestras, Adelaide e outros beneficiados na comunidade se tornaram agentes multiplicadores. “Assim passamos para outras pessoas o que aprendemos com o pessoal do Banco do Povo. Percebemos que eles não se preocupam apenas em emprestar, mas em orientar como usar bem o dinheiro. Lá no bairro muitas pessoas já estão sendo beneficiadas”.

Matéria republicada de autoria de Antonio Santos Silva