21/05/2010 23:29
A experiência desenvolvida pela FASE Bahia procura combinar a construção de conhecimentos com sua aplicação prática, adaptada às condições locais onde vivem e trabalham os jovens e mulheres agricultores familiares que atuam como AMAs – Agentes Multiplicadores de ATER.
Nestes meses iniciais de retomada do Projeto AMAs – Ano II, foram realizadas 16 Oficinas Modulares entre os dias 05 e 07/05, reunindo jovens e mulheres que atuam nas 122 comunidades de 37 municípios espalhados por 8 Territórios de Identidade da Bahia.
São eventos presenciais, intensivos e concentrados, pois como os AMAs residem em diferentes comunidades, seria praticamente impossível realizar as Oficinas em cada comunidade. A parte teórica, portanto, acaba sendo conduzida nestes momentos, mas o conteúdo trabalhado será testado e complementado através de sua aplicação prática, nas comunidades.
Um exemplo bem interessante dessa combinação está acontecendo no Baixo Sul, onde os conteúdos trabalhados na I Oficina Modular foram o debate coletivo sobre a situação dos Núcleos Produtivos de cada AMA, passo necessário para elaborar um bom diagnóstico que vai orientar a decisão quanto aos futuros encaminhamentos sobre que tipo de intervenção é necessária para recuperar alguns Núcleos e potencializar outros que já caminham.
Este debate inicial sobre a situação dos Núcleos Produtivos foi seguido pela apresentação de informações básicas sobre a concepção, normas e procedimentos do PAA – Programa de Aquisição de Alimentos; e do PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Como os AMAs já estão com seus Núcleos Produtivos implantados, embora com estágios diferenciados de qualidade, incluiu-se na programação o debate sobre quais os passos necessários para a obtenção do Bloco de Notas do Produtor. Esta documentação permite aos agricultores familiares efetuarem vendas de sua produção, emitindo notas fiscais, o que lhes amplia o acesso a mercados consumidores onde se exige esse tipo de comprovação das vendas. O Bloco do Produtor é ferramenta necessária para se acessar com mais vigor e abrangência políticas públicas e programas governamentais como o PAA e o PNAE.
A técnica agropecuária responsável pelo trabalho da FASE no Baixo Sul, Rosélia Melo, promoveu um intercâmbio, oportunidade em que AMAs de Presidente Tancredo Neves (comunidades do Chorão; Alto Alegre; Coruja I; e Alto da Prata); e de Valença (comunidades de Tacanha Grande) e de Teolândia (comunidades de Batateira e Limoeiro), foram visitar os Núcleos Produtivos da Comunidade do Gervásio, em Valença. Os núcleos visitados foram de Taís, que é de Avicultura, e o de Antonia Queiroz, que é de Fruticultura.
Estes dois Núcleos foram escolhidos para receberem as visitas dos outros AMAs porque são experiências bem conduzidas, onde se registram avanços consideráveis na geração de renda e na aplicação de princípios agroecológicos. As duas AMAs já comercializam aves, e polpa de frutas, respectivamente. Os jovens e mulheres visitantes puderam ver e ouviram depoimentos de Taís e de Antônia Queiroz sobre o elas vêm fazendo, qual a relação que têm com suas próprias famílias e com as demais famílias que residem em suas comunidades.
Para os jovens e mulheres AMAs que participaram das visitas, foi muito importante verificarem também que Taís e Antônia moram e trabalham em propriedades que nada têm de especial e diferente das propriedades e comunidades onde vivem os outros AMAs. Perceberam que para fazer avançar seus Núcleos Produtivos, é preciso muita dedicação, trabalho e força de vontade, além, é claro, de uma boa assessoria técnica.