Grazielle Azevedo
20/08/2025 13:45

No último 11 de agosto, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (ALEPA) foi palco da Sessão Especial do Dia Internacional da Juventude, que este ano trouxe o tema “Juventude e Justiça Climática: vozes da Amazônia por direitos e bem viver”. A atividade foi uma iniciativa do presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), construída coletivamente com a participação da FASE Amazônia e de outras organizações parceiras. O espaço se tornou um momento simbólico para reafirmar a força da juventude amazônica e, ao mesmo tempo, reconhecer a trajetória de luta das organizações que atuam junto a ela. Durante a sessão, a FASE Amazônia recebeu uma homenagem da ALEPA em reconhecimento ao legado de lutas e reexistências das juventudes amazônicas pela memória, pela justiça climática, pela reparação e pelo direito ao bem viver.

A homenagem simboliza não apenas o trabalho da instituição, mas também a história coletiva construída com jovens de diferentes territórios, que ao longo dos anos têm sido protagonistas em processos de formação, incidência política e defesa dos territórios. Como parte da celebração, jovens que integram as redes de formação e articulação apoiadas pela FASE Amazônia e do Centro de Educação e Cooperação Socioambiental – Tipiti gravaram um vídeo coletivo, levando a poesia e a mensagem da juventude amazônida de vários cantos do Pará para o mundo. 

Fortalecer o papel estratégico das juventudes amazônicas foi um compromisso assumido coletivamente durante a Sessão Especial. Entre as principais deliberações, destacou-se a mobilização ampla da sociedade para recolher assinaturas e apresentar ao Governo do Estado a proposta de criação da Secretaria da Juventude do Pará — um passo considerado essencial para garantir políticas públicas feitas com e para a juventude, respeitando sua diversidade e a realidade dos territórios.

A iniciativa nasce da compreensão de que não há justiça climática, nem bem viver, sem a participação ativa das juventudes na formulação e na execução das políticas que impactam diretamente seus presentes e futuros. A criação da Secretaria representa também o reconhecimento da juventude como sujeito político, com voz própria, papel estratégico e direito à participação plena nos processos de decisão sobre o destino do Estado e da Amazônia.

Essa articulação reforça a importância de manter espaços permanentes de diálogo entre juventudes, instituições públicas e organizações da sociedade civil, para que as decisões não sejam impostas de cima para baixo, mas construídas a partir das demandas, sonhos e propostas de quem vive, sente e defende o território.