Helio Uchôa
25/10/2023 14:51

Nos dias 23, 24 e 25 de outubro a FASE esteve presente na Conferência Internacional “Soberania Financeira: Dívida, Exploração e Resistências”, na cidade de São Paulo realizada pela Organização Jubileu Sul, junto com organizações não governamentais, ativistas, representantes da academia e comunidades na América Latina e no Caribe que sofrem as consequências do endividamento e da financeirização de seus territórios. 

Além de debater a construção de alternativas para a soberania, o bem viver e a defesa de corpos e territórios, o encontro internacional também teve como objetivo somar aliados, estratégias e iniciativas que confrontam o modelo produtivo atual. Sendo uma de suas principais premissas, debater o problema da financeirização-extrativismo e seus impactos sobre os corpos, territórios e a natureza; as experiências frente à exploração extrativista, aos megaprojetos e à privatização de bens comuns e públicos. 

A FASE, através do seu Núcleo de Políticas e Alternativas (NUPA), esteve presente na conferência contando um pouco da experiência com as reuniões bilaterais realizadas pela Frente contra o Acordo Mercosul-União Europeia, que visa interferir na política financeira e industrial dos países do sul colocando em segundo plano as iniciativas de sustentabilidade e preservação do meio ambiente. 

“Em dezembro de 2020, um grupo de movimentos sociais brasileiros, indígenas, quilombolas, sindicatos, redes, campanhas e organizações não governamentais manifestaram sua oposição à assinatura do acordo em carta aberta à sociedade brasileira”, relembra João Vitor Sooma, representante da FASE e secretário da Frente Brasileira Contra os Acordos Mercosul-UE e Mercosul-EFTA.  

Foto: Divulgação

“A abertura do setor industrial aos países do bloco europeu aumentaria as importações de produtos semelhantes aos já produzidos no Brasil, gerando impacto no setor e mais desemprego”, prosseguiu. “Como se não bastassem todos estes problemas, a União Europeia apresentou este ano um protocolo climático adicional que impõe novos compromissos ambientais apenas aos países do Sul, tornando-o um instrumento assimétrico e unilateral. Este Acordo é, portanto, a renegociação dos pactos coloniais dos séculos XVI, XVII e XVIII”, advertiu.

A Conferência Internacional “Soberania Financeira: Dívida, Exploração e Resistências” foi realizada pelas entidades: Jubileu Sul/Américas, Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM-AYNA) e Conselho de Educação Popular da América Latina e do Caribe (CEAAL). 

*Estagiário da Comunicação, sob supervisão de Paula Schitine