11/08/2022 12:52
Paula Schitine
Entre os dias 09 e 10 de agosto, colaboradores da FASE de todas as seis unidades participaram do “Curso Nacional Interno de Cima”, realizado no Rio de Janeiro.
O objetivo do curso foi sensibilizar , informar e ajudar na compreensão das mudanças climáticas, impactos e meios de enfrentamento para apoiar a construção de estratégias de intervenção da FASE. Entre os principais tópicos abordados estavam o problema da emergência climática e o contexto da situação no Brasil e no mundo, as mudanças climáticas no contexto histórico, transformação da racionalidade capitalista e narrativa climática.
A diretora executiva da FASE, Letícia Tura e a coordenadora do Grupo Nacional de Assessoria da FASE, Maureen Santos, dividiram a abertura das exposições, mediaram debates e convidaram especialistas de fora para ampliar os horizontes de conhecimento.
Letícia Tura abriu o curso com fazendo um panorama geral e contexto histórico das políticas climáticas: transformação da racionalidade capitalista e narrativas hegemônicas. Camila Moreno do Grupo Cartas de Belém traçou a linha do tempo da governança climática fazendo um panorama histórico do tema. Maureen Santos abordou o tema “Arquitetura das negociações internacionais e os reflexos nas políticas socioambientais nacionais”.
O grupo ainda visitou ao Museu do Amanhã pôde ver e refletir sobre as perspectivas climáticas sob o olhar de uma iniciativa privada. Os faseanos e faseanas puderam se reunir em grupos para onde identificaram como as mudanças climáticas impactam os seus territórios de forma social, econômica e política.
A prof3essora Cláudia Schmitt do Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CDPA/UFRRJ) apresentou aspectos da crise alimentar relacionadas às mudanças climáticas. Marcele Oliveira, jovem liderança da Agenda Realengo 2030 apresentou a contribuição da juventude para ações ambientais na periferia. E o professor Alexandre Araújo da Universidade Estadual do Ceará fez uma palestra sobre emergência climática nas cidades.
Por fim, Maureen Santos falou sobre as Falas soluções e financeirização da natureza: elementos centrais e principais instrumentos em curso. “A gente fez um diagnóstico na FASE que era necessário fazer esse nivelamento entre os colaboradores regionais para a gente apontar o que a FASE já faz sobre o tema, os conhecimentos que já acumula e os posicionamentos que já tem, então a ideia é que o curso seja realizado em módulos e este tem um caráter introdutório”, explica Maureen. “Este é um tema estrutural e não transversal porque as mudanças climáticas são uma face do capitalismo que a gente tem que dialogar com isso”, resume.
Letícia Tura explica que a FASE atua nas questões climáticas há 14 anos, tanto no âmbito internacional quando local, mas muitas vezes essas dimensões não se encontram. “A gente sentia necessidade de aproximar isso e em 2009 nós já tínhamos feito uma formação mas em 2022 o debate climático mudou muito. E era importante ter uma avaliação. A gente observa que muitas unidades da FASE estão enfrentando graves efeitos das mudanças climáticas, seja nos seus territórios, seja em função das ‘falsas soluções, contratos de carbono que estão chegando em seus territórios, então era importante que as equipes estejam prontas para enfrentar essas situações”, pondera.