Comunicação da FASE
07/03/2025 08:30
O Dia Internacional das Mulheres, oficializado em 1975, completa 50 anos. Apesar de muitos avanços e vitórias, como o direito ao voto e o maior acesso ao mercado de trabalho e às universidades, tudo indica que os próximos 50 anos serão de lutas ainda mais ferrenhas para não retrocedermos nessas conquistas e avançarmos em tantas outras que se fazem necessárias na construção cotidiana de uma sociedade onde as mulheres tenham vez, voz e vida digna.
O contexto é desafiador para as mulheres, mas mais encantador é o nosso horizonte. Na luta contra múltiplas formas de violência contra as mulheres, aumenta a solidariedade, o enfrentamento e acolhimento em defesa das múltiplas formas de vida. No aumento do feminicídio, vemos crescente a conscientização feminista; e com o avanço da extrema-direita, precisamos somar forças na defesa da democracia e na promoção de direitos. Na persistência da misoginia, ampliam-se as resistências e políticas de cuidado; e com o aumento da fome, do adoecimento e da vulnerabilidade social e ambiental, faz-se urgente a defesa dos bens comuns, da soberania alimentar e por justiça ambiental e climática.
Na FASE, defendemos a causa das mulheres como sujeitos de direitos. As nossas ações nos diferentes territórios de atuação, seja nas cidades, nas florestas, no campo e nas águas, visam a apoiar e incentivar a organização de mulheres através da formação política e da construção da autonomia econômica.
Atuamos ainda com o objetivo de fomentar articulações e ações locais, regionais e nacionais realizadas e protagonizadas por mulheres, contribuindo com o fortalecimento de suas identidades individuais e coletivas, estimulando a auto-organização das mulheres e suas reivindicações por direitos e políticas públicas.
Na semana de lutas das mulheres, conheça algumas ações da FASE direcionadas à causa Organização das Mulheres como Sujeitos de Direitos.
Fundo SAAP
Costurando Moda com Direitos
Desenvolvido pelo Fundo SAAP, desde 2018, com apoio do Instituto C&A/Laudes, o projeto tem como objetivo diagnosticar, visibilizar e incidir na melhoria das condições de vida e trabalho das mulheres inseridas na cadeia da moda, fortalecendo os grupos como produtoras de conhecimento e sujeitos políticos na luta por seus direitos nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará.
As ações de articulação e incidência dessas mulheres por melhores condições de trabalho junto ao poder legislativo resultaram na elaboração do Projeto Lei 188/24 que institui a “Política Estadual de Fortalecimento das Costureiras de Facções em Pernambuco-Costurando Moda com Direitos”, atualmente em tramitação na ALEPE (Assembleia Legislativa de Pernambuco). No Ceará, as costureiras domiciliares foram inseridas como um dos segmentos beneficiados pelo Programa Renda do Sol, criado pelo Governo do Estado.
FASE Pernambuco
Ações de educação, mobilização e assistência técnica são realizadas em seis comunidades no cultivo de hortas comunitárias agroecológicas urbanas envolvendo mulheres responsáveis pelas famílias.
Para incidir na política, participamos e fortalecemos a Campanha Levante Feminista, integrada por 58 grupos, organizações, redes e fóruns no estado. Trata-se de uma campanha nacional que tem dialogado com o Governo Federal, através do Ministério das Mulheres, sobre o Pacto de Enfrentamento ao feminicídio e transfeminicídio.
No 8M, a FASE Pernambuco participa da organização e realização das ações e mobiliza e apoia a participação das mulheres das comunidades urbanas na Marcha visando fortalecer e ampliar a aliança entre as mulheres para que sigam enfrentando as desigualdades e os conservadorismos atuais na sociedade.
FASE Amazônia, FASE Mato Grosso e Fundo Dema
Amazônia Agroecológica
O Projeto realizado no Pará e em Mato Grosso, com ênfase em mulheres e jovens, buscou dinamizar atividades econômicas agroecológicas para a promoção de conservação e uso sustentável da biodiversidade, a garantia de Segurança alimentar e Nutricional e dos direitos territoriais de povos e comunidades tradicionais agroextrativistas, indígenas, quilombolas e agricultoras e agricultores familiares.
Além do apoio a 38 projetos socioambientais, no Pará, em parceria com o Fundo Dema. As mulheres têm papel fundamental na Agroecologia, por isso o projeto incluiu diversas formações e intercâmbios direcionadas a elas. Ao todo 3.826 mulheres participaram desses processos e estão na gestão de 655 quintais produtivos e hortas medicinais.
Assista o documentário “Elas plantam a vida”, produto do trabalho realizado em 252 comunidades alcançadas pelo projeto, no Pará, e em Mato Grosso, no âmbito do projeto Amazônia Agroecológica, apoiado pelo Fundo Amazônia.
FASE Rio
“Trabalho Justo – Capacitação e Promoção de Mulheres Defensores de Direitos Humanos nas favelas e periferias do Rio de Janeiro”
Neste projeto, mulheres das favelas e periferias do Rio de Janeiro são capacitadas a partir de uma visão de ‘trabalho justo’, fortalecendo a atuação e o trabalho dessas mulheres em seus territórios. Participam do projeto moradoras de favelas e ocupações de moradia localizadas na Cidade do Rio de Janeiro, distribuídas nos territórios: da Gamboa, do Complexo da Maré, da Pavuna, de Coelho Neto e de Manguinhos.
Essas mulheres atuam como Agentes de Desenvolvimento Local, mobilizando outras mulheres e desenvolvendo coletivamente estratégias para comunicação territorial e fortalecimento do trabalho de mulheres.
FASE Bahia
O mês de março é dedicado à mulher no município de Presidente Tancredo Neves, na Bahia. A FASE Bahia reúne profissionais voltados para o autocuidado durante um dia para realizar ações de saúde, beleza, assistência social, psicologia, entre outros serviços, todos de forma voluntária.
Em Mutuípe, Ubaíra, Laje e Amargosa também são realizadas atividades de autocuidado com as mulheres agricultoras acompanhadas através do projeto ATER Biomas.
FASE Espírito Santo
A FASE Espírito Santo se une às vozes de mulheres quilombolas, pescadoras, ribeirinhas, agricultoras sem terra, e urbanas. Juntas, lutamos pela defesa de nossos direitos, corpos e territórios ameaçados pelo sistema capitalista-patriarcal e as indústrias do petróleo e da celulose.
A unidade atua em diversas comunidades e junto a movimentos sociais com o objetivo de garantir e ampliar o conhecimento sobre a proteção e o enfrentamento das violências contra as mulheres.