20/12/2022 17:59

*Paula Schitine

O ano de 2022 está chegando à reta final. e como todo ciclo que se encerra, é sempre bom relembrar nossos desafios e superações. E foi um ano intenso em atividades e lutas políticas e sociais. Enfrentamos os efeitos das mudanças climáticas que impactaram bastante áreas vulneráveis em grandes cidades como Recife, Rio de Janeiro e também no interior da Bahia.

Tivemos eleições presidenciais marcadas pela polaridade e distorções da verdade, com as chamadas fake news, e uma intensa disputa entre a frente ampla democrática e a extrema direita. No plano político, as equipes da FASE lutaram e contribuíram com seus saberes pela retomada de direitos sociais e humanos e a volta de políticas públicas que garantam os bens comuns e justiça socioambiental para todos e todas.

Mas também foi o ano em que a FASE celebrou 60 anos, reunindo presencialmente após dois anos de pandemia, faseanos e faseanas, parceiros e colaboradores em três dias de eventos. 

Solidariedade 

Vamos relembrar as ações que marcaram a atuação da FASE em todas as suas seis unidades. Janeiro começou com solidariedade em alta, com ações humanitárias em todo o País. Na Bahia, foram distribuídos kits de higiene para vítimas das chuvas, e no Pará, o Fundo Dema se uniu à FASE Amazônia para a entrega de cestas de alimentos da agroecologia, e no Rio a mesma ação foi realizada em favelas e ocupações. Fevereiro, houve a publicação do livro “Territórios Livres de Mineração: construindo alternativas ao extrativismo”, de autoria de Julianna Malerba, assessora do Grupo Nacional de Assessoria da FASE e a publicação de artigos em importantes veículos da mídia trazendo denúncias de exploração de petróleo no Espírito Santo, e sobre a tragédia em Petrópolis causada pelas enchentes. Em março, mês Internacional da Mulher, a FASE foi para a rua em protesto contra o feminicídio e defendeu o uso da água como direito humano em um evento no Senegal, na África.

Celebração 

Homenagem a Jean Pierre Leroy na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.

Abril foi marcado por eventos em comemoração aos 60 anos da FASE. Em dois dias, foi realizado um seminário com a presença de parceiros, educadores e personalidades convidadas, que debateram as perspectivas da conjuntura para a retomada de direitos sociais no Brasil. A FASE  foi homenageada com cerimônia especial na Câmara dos Vereadores, onde houve a entrega do título de cidadão honorário ao antigo dirigente da FASE, Jean Pierre Leroy, assim como  placas em homenagem às seis unidades da organização pelos serviços prestados. 

Em maio foi tempo de formação de multiplicadores, ações solidárias pelas vítimas de enchentes e protestos contra a indústria petroleira. A FASE ainda apoiou a realização da Conferência Popular pelo Direito à CIdade. Junho, que é marcado pelo Dia do Meio Ambiente, teve uma intensa mobilização de solidariedade às vítimas das chuvas no Recife. A FASE e parceiros arrecadaram recursos para assistência aos desabrigados. E houve o registro de perdas de variedades de sementes crioulas no Pará. 

Ação na festa das Neves. Foto: Rosilene Miliotti

Mobilização social

Julho teve participação intensa da FASE no 10º Fórum Social Panamericano (FOSPA), em Belém. Ao longo de cinco dias, representantes da FASE participaram de debates e atividades em defesa da floresta, dos povos e comunidades tradicionais e do bioma Amazônico. Em agosto, a FASE produziu seminários internos, como o curso nacional sobre clima e a oficina de comunicação e cuidados digitais. Além disso, foram produzidas duas publicações de grande repercussão: o relatório “Agrotóxicos no Pantanal” e o documento “Retomada: para quem, para que e como?”. 

Setembro é o mês da Amazônia, e a FASE se uniu a organizações e artistas num vídeo em protesto contra as leis do governo Bolsonaro que destroem a floresta e seus povos. A FASE também lançou uma websérie para redes socias, em parceria com a Casa Ninja Amazônia, “50 Tons de Fake Verde”, que denuncia o discurso de greenwashing em campanhas políticas, governamentais e de empresas.

Capa da publicação O Agro Não É Verde – Como o Agronegócio Se Articula para Parecer Sustentável

 Lutas

Em outubro foi lançado um importante relatório da FASE. “O agro não é verde”, feito em parceria com o observatório “De olho nos ruralistas”, teve grande repercussão na sociedade, e denuncia o falso discurso verde do agronegócio no Brasil. Também a FASE realizou um curso sobre os impactos negativos do Acordo Mercosul-União Europeia para o Brasil. 

Em novembro, a FASE participou ativamente da COP27, a Conferência das Partes sobre o clima, no Egito, contribuindo com debates e palestras sobre agroecologia, soberania alimentar e propostas para a redução de emissões de carbono. No Brasil, a organização também lançou produções audiovisuais sobre comunidades quilombolas e mulheres na agroecologia. Em dezembro, representantes da FASE contribuíram intensamente com os Grupos Técnicos do Governo de Transição do presidente eleito Lula. E fechando a ano, lançou produções audiovisuais para a internet em séries documentais que foram o resultado do trabalho da FASE com as juventudes na Amazônia.

Assista aos vídeos da retrospectiva e confira todos os destaques.

 

*Paula Schitine é jornalista da comunicação da FASE.