28/07/2010 22:31

A FASE está presente no extremo Sul da Bahia, região onde mais avança a monocultura do eucalipto, totalmente dominada por gigantescas corporações multinacionais que se apropriaram de centenas de milhares de hectares, expulsando praticamente todas as pessoas que viviam no campo, reduzindo drasticamente a biodiversidade, degradando recursos hídricos e poluindo o meio ambiente com seus agrotóxicos e emissões de gases de efeito estufa.
Apesar destas ameaças, centenas de famílias de agricultores e agricultoras, organizadas por associações e entidades sindicais ligadas à FETRAF Bahia, vêm participando do Projeto AMAs, construindo alternativas produtivas, baseadas em princípios agroecológicos, e na inclusão social e econômica de jovens e de mulheres, experiências estas que se somam, em uma demonstração clara de que outro modelo de desenvolvimento é possível.

Exemplo concreto é o que vem sendo feito na Comunidade do Córrego do Mota, município de Teixeira de Freitas, onde a AMA Silvânia Souza Ferreira implantou um Núcleo Produtivo de Ovinocultura. É importante frisar que a região não tem tradição nesta prática, mas o aprendizado feito durante o percurso formativo trilhado nos anos de 2008 e 2009, durante a 1ª Etapa do Projeto AMAs, permitiu aos jovens e às mulheres do Extremo Sul, conhecerem outras experiências produtivas. Assim sendo, a AMA Silvania optou pela ovinocultura e sua experiência vem dando certo!

Nesta 2ª Etapa do projeto AMAs, a Equipe Técnica e a Coordenação Estadual vem assessorando os jovens e mulheres AMAs, e também as demais famílias de cada comunidade, a debaterem e experimentarem outras alternativas de diversificação e ampliação de sua produção, bem como, de comercialização. Isto é essencial para fortalecer a Agricultura Familiar no Extremo Sul e barrar o avanço da monocultura de eucalipto.
No caso da AMA Silvânia, ela pretende acessar crédito agrícola para ampliar seu aprisco, recuperar seus piquetes de modo a ter mais alimento para seus animais. Quer também adquirir mais matrizes e reprodutores, para aumentar seu rebanho e aproveitar todas as potencialidades de sua propriedade familiar. Sua experiência positiva com essa atividade de ovinocultura vem gerando exemplo e desperta expectativas entre as outras famílias de agricultores da comunidade.