15/06/2012 09:30
O FUNDO DEMA é resultado da luta de organizações e movimentos sociais da Amazônia Brasileira do Oeste do Pará. O Fundo nasce em 2003/2004 a partir da doação inédita pelo Estado brasileiro de uma carga de mogno que havia sido criminozamente retirada do floresta.
O resultado depois de quase dez anos é a valorização socioambiental dos Povos da Floresta e preservação do Bioma Amazônico a partir do respeito à sociobiodiversidade, busca por garantia plena dos Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais e da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, da equidade de gênero, da valorização e respeito à auto-identidade e a diversidade e pluralidade cultural e religiosa. Não é preciso mais para explicar porquê o Fundo Dema acompanha diversas atividades na Cúpula dos Povos.
Os resultados apresentados pelos projetos apoiados pelo Fundo Dema demonstram que a organização popular e os povos que vivem com a florestas são fundamentais para a proteção de áreas naturais, nossos bens comuns.
Mais de 40 mil pessoas – 8 mil famílias – estão ligadas aos 222 projetos apoiados através de sete Editais Públicos e de atendimentos a demandas emergenciais solicitadas aos Fundo. São centenas de movimentos de mulheres e jovens, casa família rural, sindicatos, associações comunitárias, cooperativas, rádios comunitárias e outras organizações beneficiados pois os projetos sempre envolvem mais de uma organização. Isso demonstra a solidariedade, a integração e a articulação das organizações e movimentos sociais apoiadas pelo Dema.
ÁREA DE ATUAÇÃO
A atuação do Fundo Dema tem como foco as Comunidades Quilombolas do Pará e a região do Oeste Paraense, uma das mais ricas em sociobiodiversidade, mas também perversamente marcada por conflitos socioambientais que imprimem e alimentam um ciclo vicioso de desigualdades sociais e violação dos DhESCA’s. Aliás, o nome do Fundo é em homenagem a Ademir Alfeu Federicci, chamado carinhosamente de “Dema”, liderança dos movimentos sociais da região do Oeste do Pará, assassinado em 2001.
Os projetos se concentram principalmente nos municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo,Gurupá, Medicilândia, Pacajá, Placas, Porto do Moz, Senador José Porfírio, Uruará, Vitória do Xingu, Aveiro, Itaituba, Jacareacanga, Rurópolis, Trairão, Belterra, Prainha e Santarém. Palco da luta desigual pela terra entre fazendeiros, madeireiros, grandes projetos e agricultores familiares camponeses, extrativistas, povos indígenas e comunidades quilombolas.
O Fundo Dema apóia atividades e ações voltadas ao respeito à vida dos Povos da Floresta, valorização da floresta nativa em pé, apoio e incentivo as ações de incidência política e fortalecimento político-institucional, processo de formação e intercambio de saberes e conhecimentos. As atividades principais dos projetos apoiados concentraram-se no manejo sustentável dos recursos naturais, no enriquecimento e diversificação de áreas degradadas com recomposição de espécies florestais nativas, na apicultura, na aquisição de equipamentos de produção agricultura familiar em bases sustentáveis.
NÚMEROS CONTAM NOSSA HISTÓRIA
• Pelo menos 177 projetos apoiavam ações de incidência política e de fortalecimento político-institucional das organizações de base;
• Pelo menos 80 seminários, cursos de capacitação e oficinas de formação realizadas pela Equipe e Comitê Gestor do Fundo Dema visando criar espaços de acesso à informações e de intercambio de saberes e conhecimentos;
• Cerca de 2,7 milhões de reais destinados ao apoio ao modo de vida de, trabalhadores e trabalhadoras rurais, extrativistas, indígenas, quilombolas, pescadores, mulheres;
– 11 mil mudas de espécies nativas (madeireiras e frutíferas) produzidas e plantadas;
– 420 Hectares manejados, recuperados e reflorestados;
– 480 de colméias de abelhas implantadas;
– 27 Sistemas Agroflorestais (SAF) implantado;
– 25 Sedes/Galpões construídos, restaurados ou ampliados;
– 13 acordos de pesca e plano de uso coletivo realizados;
– 5 Viveiros de mudas implantados ;
– 7 de Rádios Comunitárias estruturadas e regularizadas;
– 6 Maquinários para a produção da agricultura familiar em bases sustentáveis (Máquina de beneficiamento de sementes e arroz, batedeira de cereais, trilhadeira de grãos, etc.);
– 15 Equipamentos doados: Motos (2), Computadores (11); Máquinas de costura (4), Barcos (2);
E HÁ RESULTADOS ESTATISTICAMENTE INTANGÉVEIS
• aumento da esperança, da alegria e da participação das mulheres nas organizações;
• Melhorias das condições de trabalho, da qualidade dos produtos ofertados, da renda das famílias;
• sensibilização das comunidades sobre a importância de conhecer o meio ambiente e atuar de forma sustentável com maior interesse de se realizar o manejo florestal para geração de renda, alimentar e nutricional;
• aumento da sensibilização e articulação das pessoas na busca de seus direitos e deveres;
• maior acesso à assistência técnica nos lotes dos agricultores;
• melhoria do acesso das lideranças às comunidades através da ampliação e divulgação de técnicas de Agroecologia, conservação de nascentes hídricas e manejo sustentável coletivo;
• fortalecimento do auto-estima dos homens e das mulheres que vivem e trabalham na floresta.
MODO DE ORGANIZAÇÃO
Para o Fundo Dema a participação, a democracia, a transparência e o controle social são premissas fundamentais e norteadoras da sua gestão compartilhada. Por isso, tendo como responsável jurídica a Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE, a gestão do Fundo Dema é total e efetivamente concretizada pelo seu Comitê Gestor composto por lideranças que representam organizações e movimentos sociais de base (Prelazia do Xingu, Fundação Viver Produzir e Preservar -FVPP, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR de Itaituba, Fórum dos Movimentos Sociais da BR 163, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais – STTR de Santarém, Centro de Apoio à Projetos de Ação Comunitária -CEAPAC, Malungu – Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará).
CONHEÇA MAIS O FUNDO DEMA…. Visite nosso site fundodema.org.br