15/09/2006 11:00

Mais uma vez o Fórum de Luta por Terra, Trabalho e Cidadania colocou na rua o Grito dos Excluídos na região cacaueira da Bahia. Como fazem todos os anos desde 1995, movimento popular e entidades reunidos no FLTTC atenderam ao chamado da Coordenação Nacional dos Grito dos Excluídos e foram à rua neste 7 de setembro reivindicar melhores condições de vida e denunciar situações de violência e violação de direitos básicos.

Para preparar o evento, o Fórum promoveu o encontro regional “Construindo o Grito dos Excluídos 2006”, que aconteceu em Itabuna, no dia 26 de agosto e contou, para sua preparação e realização, com a colaboração da FASE Bahia, integrante da Coordenação do FLTTC. Mais de 50 ativistas e lideranças de várias entidades e movimentos sociais populares atuantes na região participaram deste evento, cujos objetivos eram a construção de conhecimentos sobre a concepção e metodologia inerentes ao Grito dos Excluídos; o acesso, estudo e distribuição de material alusivo ao Grito na região; e a preparação das manifestações no dia 07 de setembro, em Itabuna e região. Este evento é parte do planejamento anual de trabalho do FLTTC na região cacaueira.

No dia 7 de setembro, mais de 500 pessoas atenderam à convocação do FLTTC e participaram da manifestação do Grito dos Excluídos em Itabuna. Os manifestantes se concentraram no Jardim do Ó, distribuíram jornais informativos à população e desceram a Av. do Cinqüentenário em passeata, liderados por um trio elétrico. A população assistiu á passeata que se repete há vários anos em Itabuna. Como todos os anos, o Grito trouxe uma temática atual para ser refletida pelos participantes e reivindicada pela população. Este ano o “slogan” do Grito foi “Brasil: na força da indignação, sementes de transformação”.

Diversas pastorais sociais, sindicatos, movimentos de luta pela reforma agrária, entidades representativas de moradores da periferia, cursos pré-vestibulares para negros e excluídos, grupos de mulheres e de jovens, além de ONGs, grêmios estudantis e grupos de capoeira se somaram pela 11ª vez, e realizaram o Grito dos Excluídos em Itabuna. Durante a manifestação foram feitas denúncias sobre a deterioração na política pública de saúde em Itabuna cujas sucessivas crises, provocadas por desvios de recursos e descalabro administrativo, levaram ao fechamento de um dos dois pronto-socorros existentes no município e que atende pelo SUS a todo Sul da Bahia. A Coordenação do FLTTC enfatizou, também, denúncias contra a violência que impera em Itabuna. Desde janeiro de 2006, nada menos de 200 assassinatos, a maioria contra jovens e negros, foram cometidos na cidade e permanecem totalmente impunes.