25/03/2009 12:27
No Território de Identidade Litoral Norte, existem várias comunidades onde o trabalho com hortas é a principal atividade dos agricultores familiares. Isso acontece porque a maioria dos agricultores tem pouquíssima terra e precisam encontrar alternativas intensivas em trabalho para sua sobrevivência.
A FASE vem atuando com assessoria técnica a estas famílias, como é o caso da Comunidade do Papagaio, município de Alagoinhas, onde reside a Agente Multiplicadora de Ater (AMA) Josevalda Pereira dos Santos. Durante as visitas técnicas realizadas pela FASE, e com as informações levantadas pela AMA em seu contato periódico com as 15 famílias acompanhadas, percebe-se que 95 % dos agricultores do Papagaio sobrevivem através do cultivo de hortaliças, principalmente folhosas (couve, alface, cebolinha, coentro e outros).
Parte da produção é consumida pelas próprias famílias e a comercialização é feita pelos agricultores nas feiras da sede municipal de Alagoinhas, sendo que alguns horticultores entregam parte de sua produção a um fornecedor dos supermercados G-Barbosa que possui várias lojas em Feira de Santana.
Este trabalho de assessoria técnica aos horticultores é feito pelos técnicos agropecuários Juarez da Silva, e José Sidiney A. Reis, responsáveis pelas visitas às famílias que residem nas comunidades beneficiadas pelo projeto no Litoral Norte. Durante suas visitas técnicas, Juarez e José Sidiney puderam diagnosticar alguns problemas nessas hortas, como solos que mostram sintomas de acidez; plantações com ataques de fungos, provavelmente causadas por excesso de esterco de galinhas lançado nos canteiros; plantações atacadas por nematóides, e algumas viroses; uso desordenado de irrigação pesada.
AMAs como a jovem Josevalda, tiveram a oportunidade de participar de várias modalidades de capacitação no Projeto de Inclusão de Jovens em que construíram conhecimentos sobre agroecologia, organização sindical e comunitária, além de debaterem critérios para a escolha do tipo de núcleo produtivo que pretendem implantar em suas respectivas propriedades familiares.
Os núcleos devem estar integrados ao contexto sócio-ambiental das comunidades em que se localizam, para poderem assumir um caráter demonstrativo, socializando conhecimentos sobre alternativas de produção e formas de gestão que venham a fortalecer a agricultura familiar na comunidade. Nesta interação entre o pessoal da equipe técnica, a AMA que reside na comunidade e as famílias do Papagaio que vem acumulando conhecimentos concretos através da condução de suas hortas a FASE propôs a realização do “Dia de Campo” para discutir com os agricultores sobre causas e conseqüências das doenças e pragas que vem atacando suas plantações, bem como, para trocar idéias e definir orientações técnicas sobre como evitar, prevenir e controlar pragas e doenças mais freqüentes nessas hortas. Outra possibilidade levantada foi a de fazer experimentos com diferentes tipos de adubação orgânica para evitar desperdícios e excessos, e investigar coletivamente o que se pode fazer para melhorar sistema de irrigação que essas famílias do Papagaio já vem utilizando.