10/09/2010 11:50
O processo formativo que vem sendo trilhado pelos jovens e mulheres AMAs é composto de diferentes tipos de atividades que combinam teoria e prática, sempre procurando se adaptar às condições sociais e ambientais vigentes nas comunidades alcançadas pela intervenção educativa da FASE Bahia.
As Oficinas Modulares que você pode conhecer melhor clicando aqui são eventos presenciais, concentrados, onde os AMAs se reúnem durante 2 ou 3 dias para construir conhecimentos sobre determinados assuntos. As Oficinas Temáticas que você pode conhecer melhor através deste atalho, são as etapas em que os conhecimentos construídos nos módulos são revisitados, só que agora em condições de campo, no contexto das comunidades e propriedades dos AMAs. Os Laboratórios são exercícios práticos, aplicações concretas de determinados conhecimentos que foram trabalhados nas outras etapas, ou até mesmo durante as visitas de assessoria técnica. Os laboratórios podem ser também, aprofundamentos ou continuidade do estudo e experimentação de conteúdos já visitados nas oficinas, ou que aparecem como demandas nas comunidades. Sempre que as disponibilidades orçamentárias permitem, convidam-se dirigentes sindicais e associativos para participarem desses eventos.
A Articuladora Territorial Rosinéia Amaro e os técnicos agropecuários Arinaldo Gomes e Flávio Oliveiraorganizaram um Laboratório reunindo jovens e mulheres AMAs do Território de Identidade de Vitória da Conquista, onde a FASE está presente em Cândido Sales; Vitória da Conquista; Planalto; Caetanos; e Caraíbas. Este Laboratório se realizou nos dias 1 a 3/09/10, em Itambé, nas instalações da EBDA – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agropecuário.
A opção por realizar o laboratório em uma área experimental ocorreu porque os temas a serem trabalhados (compostagem; curva de nível e conservação de solos; fabricação de biogel) necessitavam de um conjunto de condições que não seria facilmente encontrado em apenas uma propriedade familiar. Além disso, como a proposta foi a de reunir AMAs dos vários municípios, optou-se pela parceria com a EBDA que cedeu o local e providenciou os instrutores que trabalharam junto com a Equipe Técnica da FASE.
A programação inclui momentos de aprendizado teórico em sala, imediatamente seguido por momentos de aplicação e experimentação prática. Os AMAs fizeram compostagem com resíduos vegetais e animais encontrados na estação e que não diferem muito daqueles possíveis de serem obtidos em suas respectivas propriedades. Debateram também como aplicar a compostagem e quais são suas potencialidades em relação à melhoria da estrutura e da fertilidade dos solos. Outro tema bastante abordado neste laboratório foi o da conservação do solo, com debates e observações sobre o impacto das chuvas e a erosão subseqüente; e sobre como implantar curvas de nível para evitar a erosão e preservar a qualidade dos solos usados nas atividades agrícolas e pecuárias.
Verificou-se que as boas práticas de conservação do solo contribuem também para melhorar e aumentar a retenção de água nos solos, contribuindo assim para viabilizar melhores colheitas, sem necessidade de adubação química. O engenheiro agrônomo João Gomes, que é da EBDA e professor da Escola Agrotécnica, assessorou a parte relativa à conservação de solos. A parte relacionada à fabricação e uso do Biogel, como insumo natural para controlar pragas e melhorar a sanidade e o desenvolvimento das plantas, foi conduzida pelo Eng. Agrônomo Eduardo Ganér; da UESB – Universidade do Sudoeste da Bahia. Os AMAs aprenderam como elaborar Biogel a partir de ingredientes como mamona, cinza de osso, leite, frutas, sempre se enfatizando que outros produtos semelhantes que se pode encontrar nas propriedades familiares, também podem ser utilizados, desde que nas proporções corretas.