03/01/2012 18:04
A FASE Bahia externa suas condolências à família, e ao SINTRAF do Vale do Jucuruçú, no momento em que presta suas sinceras homenagens à AMA Marinalva Nogueira Soares, participante ativa da caminhada organizativa dos agricultores familiares do Extremo Sul. A Sra. Marinalva esteve conosco participando do Seminário e retornou com os demais membros da Delegação do Extremo Sul para o município de Prado. Na mesma manhã de seu retorno à comunidade de São Francisco, no dia 9, faleceu subitamente.
Com a participação de mais de 80 pessoas entre jovens e mulheres AMAs, dirigentes sindicais e associativos, integrantes da equipe técnica, da coordenação estadual e da coordenação administrativa da FASE Bahia, realizamos em Salvador o Seminário de Avaliação do Projeto AMAs II nos dias 7 e 8 de dezembro no Centro de Treinamento de Líderes de Itapoã.
A preparação da FASE Bahia para este evento foi intensa e iniciada em outubro, com o debate sobre critérios orientadores do processo de seleção dos jovens e mulheres AMAs que viriam a participar. A seleção foi necessária pois os recursos disponíveis não permitiam reunir a totalidade dos AMAs, como era desejo da FASE e, principalmente, dos próprios AMAs que vêm participando e construindo esta experiência de qualificação da participação popular em políticas públicas, desde 2008.
Os critérios escolhidos objetivaram garantir o máximo de diversidade possível, contemplando representações de todos os setores envolvidos (jovens e mulheres AMAs; articuladores territoriais; equipe técnica; dirigentes sindicais e associativos parceiros). Levou-se em consideração, também, a diversidade dos contextos sócio-culturais e ambientais, distribuindo-se as vagas disponíveis pelos diferentes biomas (Mata Atlântica; Caatinga) e contextos existentes nos oito territórios onde a FASE Bahia atua (área de expansão da monocultura do eucalipto e da cana-de-açúcar; área de predominância de minifúndios na região sisaleira, no semi-árido e na Mata Atlântica; zonas de predominância da agricultura familiar na transição entre Mata Atlântica e Caatinga etc.).
A equipe técnica e a coordenação estadual, juntamente com educadores populares do quadro permanente da FASE, dedicaram tempo e atenção para selecionar experiências exemplares de jovens e mulheres AMAs, para serem apresentadas e debatidas no Seminário, conforme um roteiro elaborado que facilitava a construção do relato obedecendo regras semelhantes para todos os expositores.
A seleção foi feita coletivamente em cada território nas Reuniões de Monitoramento e Gestão, e/ou através das Visitas da Coordenação Estadual, permitindo elevada participação dos próprios AMAs e entidades parceiras neste processo.
Conforme se pode observar através da leitura da programação, foram trabalhadas diversas etapas. Primeiramente houve o resgate das concepções e contextos em que surgiu a proposta de Agentes Multiplicadores de ATER. Depois foi feita uma dinâmica para identificação coletiva dos obstáculos encontrados ao longo do percurso, utilizando-se, para tanto, da analogia com as águas de um rio.
Para relatar e socializar experiências, optamos pela realização de um “Carrossel” em que jovens e mulheres AMAs, previamente selecionados nos próprios territórios, fariam a exposição de experiências concretas por eles protagonizadas, em oito diferentes estações a serem percorridas simultaneamente, pelos demais participantes.
Cada uma das experiências se refere a um tema trabalhado pela FASE na execução das atividades financiadas parcialmente pelo Convênio 343/09. Estas experiências demonstram formas e metodologias de trabalho testadas na prática e que vêm se revelando capazes de produzir resultados que fortalecem a agricultura familiar, pois promovem a inclusão social e econômica do jovem e da mulher, além de viabilizarem espaços de multiplicação de conhecimentos para outras famílias agricultoras da comunidade.
O Seminário de Avaliação propiciou ainda debate sobre quais as perspectivas futuras para atuação em parceria da FASE com entidades sindicais e associativas representativas da agricultura familiar nas disputas, formulações e execução de projetos alternativos relacionados à política pública de ATER.
Cada Território montou também pequenas exposições com os principais produtos que caracterizam sua identidade, sendo que vários deles já vem sendo elaborados e comercializados pelos AMAs.