30/05/2011 12:20
O assunto é gorduroso, para não falar em excesso de sal e açúcar: o Ministério da Saúde reconheceu a rede de lanchonetes de comida rápida McDonald’s como “amiga da saúde”.
Em resposta, a Frente pela Regulação de Publicidade de Alimentos, – da qual a Fase e muitas outras entidades da sociedade civil, além de instituição de pesquisa, fazem parte -, acaba de encaminhar carta ao ministro destacando que “Não se justifica, em hipótese alguma, o Ministério da Saúde associar sua imagem a de empresas como McDonald’s atribuindo-lhes o título de “Parceiro da Saúde”, uma vez que a sua principal atividade é a comercialização de alimentos que, em sua grande maioria, fazem muito mal à saúde.”
Em outra carta que acaba de chegar ao ministério, três professores decanos de nutrição também pedem a desvinculação das marcas do Ministério da Saúde com as do McDonald’s. No documento, Carlos Augusto Monteiro, da USP; César Gomes Victora, Emérito da Federal de Pelotas, ambos membro da Academia Brasileira de Ciências e Malaquias Batista Filho, Emérito da UFPE e membro do Consea, destacam que na mesma toalha de mesa onde aparecem marcas do órgão público junto a campanha sobre vida saudável “há a reprodução do cardápio dos produtos oferecidos pela rede – sanduíches, batatas fritas, saladas, molhos, bebidas e sobremesas – com informações (em letras miúdas) sobre sua composição nutricional” e também “Abaixo do cardápio, há um quadro com o título: ‘Veja algumas informações nutricionais interessantes’. Neste quadro apresenta-se a composição nutricional do que, para a rede McDonald’s, seriam ‘outros alimentos do seu dia a dia’. Esses alimentos incluem ‘coxinha’, ‘empadinha’, ‘pastel’, ‘pizza’ e ‘feijoada tradicional’.”
De olho na saúde dos brasileiros, e observando que a influência de redes como o McDonald’s tem modificado negativamente os hábitos alimentares, tanto as entidades quanto os especialistas da academia pedem ao governo coerência: unir a imagem do ministério responsável pela saúde pública a uma rede que colabora com o aumento de doenças vai na contramão de políticas que o mesmo ministério se esforça em desenvolver.
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