12/08/2010 13:34

A ABONG – Associação Brasileira de ONGs, entidade que congrega mais de 300 entidades da sociedade civil, citada em matéria publicada pelo jornal A Tarde, edição de 3 de agosto de 2010 (e posteriores), ao lado de algumas de suas associadas, vem a público esclarecer que:

As ONGs são diferenciadas entre si, tanto em suas ações como em comprometimento na vivência e difusão de valores sociais. Colocá-las em pé de igualdade é, no mínimo, erro de informação.

As instituições que se situam no campo de atuação da ABONG têm como valor maior a contribuição pela transformação social. Elas são responsáveis – em grande parte – pelas conquistas obtidas nos últimos anos pela sociedade brasileira. No decorrer de sua história têm pautado governos e organismos para que a utopia de uma sociedade justa e igualitária se estabeleça, com liberdade de imprensa e justiça para todos/as.

Este é o caso das entidades citadas na reportagem, o MOC (Movimento de Organização Comunitária) e o CAA (Centro de Assessoria do Assuruá). Filiadas à ABONG, têm contribuído na formulação de políticas públicas, atuando em áreas e com públicos tradicionalmente esquecidos. Muitas vezes são a única voz dos/as explorados/as, invisíveis e esquecidos/as por uma minoria representada pela elite que tem, ao longo dos séculos, dominado as instituições deste país.

Com tão amplos e nobres objetivos, o fundamental é que estas organizações sejam financiadas pelo Estado Brasileiro, em última instância, maior beneficiário da diminuição das injustiças sociais, econômicas, culturais, ambientais e de informação.

Portanto, a Abong reitera a afirmação da legítima e mesmo indispensável necessidade do acesso a fundos públicos por instituições sérias e comprometidas, tendo o Brasil urgência em definir um marco regulatório destas relações, não mais sendo possível conviver com organizações da sociedade civil sendo tratadas como empresas, submetidas à mesma legislação.

Por todas estas razões, solicitamos deste importante e comprometido veículo de comunicação uma retratação pública, para que a opinião pública seja informada adequadamente sobre o papel e importância das ONGs que trabalham por uma sociedade mais igualitária, com justiça e ética, sendo verdadeiros instrumentos de evolução da sociedade brasileira.

Salvador, Bahia, Brasil, agosto de 2010.

Edmundo R. Kroger
Renato Cunha
Coordenação da ABONG Nordeste 2