28/01/2010 21:58

image

 Centenas de pessoas ocuparam a sede da Eletronorte, subsidiária da Eletrobrás no norte do país, nesta sexta-feira (11/12) em protesto contra a construção da usina de Belo Monte. Obra ícone do PAC, principal programa de desenvolvimento do governo federal, esta hidrelétrica é historicamente rejeitada pelos povos da região do Xingu, no Pará. A razão de uma objeção popular tão forte, que chega ao ponto de mobilizar toda a sociedade local em seguidas demonstrações de descontentamento e oposição, está no fato de que Belo Monte poderá arrasar as condições de vida de uma das regiões mais importantes da Amazônia. O rio Xingu, uma vez que seja represado para construir a usina, poderá perder vazão em áreas importantes, deixando milhares de comunidades que dependem de suas águas sem outra chance de sobrevivência que não seja o deslocamento forçado. Além disso, e apesar de o governo prometer que não o fará, Belo Monte implicaria mais de uma barragem no Xingu. Isto porque, como já foi afirmado por diversos especialistas, a usina não se viabiliza economicamente com apenas uma barragem, pois desta forma ela poderia funcionar apenas por metade do ano. E o governo não investiria R$ 30 bilhões na construção de uma usina para este tipo de funcionamento. Daí que as organizações e movimentos sociais da Amazônia brasileira demandam que os esclarecimentos sejam inteiros e que o chamado “Belo Monstro” ponha sua cara a público. Decerto, sem as mistificações que carrega, o projeto da usina encontraria mais dificuldades no caminho do licenciamento, etapa em que se encontra atualmente. A luta da população amazônica não pára, os povos não vão descansar enquanto não conseguirem manter as condições de vida do já combalido território da região do Xingu. A Fase se solidariza com esta luta e integra o corpo de organizações que ao lado dos povos quer ver a Amazônia e o Xingu vivos para sempre.