27/08/2010 12:06

A FASE Bahia também vem trabalhando a temática relacionada ao meio ambiente, seja quando busca alternativas de produção que incorporem princípios agroecológicos, seja quando debate a importância da Agricultura Familiar como promotora da sócio e da biodiversidade. As pessoas estão conseguindo perceber cada vez mais que em uma região onde predomina a agricultura familiar, a zona rural é mais povoada, um número bem maior de espécies vegetais é cultivada, e existem vários tipos de criatórios animais. A paisagem é diversificada e dinâmica, o que é um contraste muito mais agradável de se olhar se comparado à absurda monotonia das enormes extensões de terras ocupadas por apenas um tipo de plantação (a monocultura), praticamente sem nenhuma habitação, pois nas grandes empresas monocultoras não se ocupa muita mão de obra, ou o pouco de trabalho que se precisa vem de fora e sequer reside na área.
Pouco a pouco cresce a compreensão das pessoas sobre a relevância da agricultura familiar como produtora de alimentos, provedora de postos de trabalho, e conservadora dos recursos naturais, além de mantenedora da do equilíbrio ambiental.

Conforme já se noticiou em diversas matérias publicadas nesta página, as Oficinas Temáticas procuram trabalhar conteúdos escolhidos como relevantes pelos próprios jovens e mulheres que atuam como AMAs nas comunidades. E isto é feito considerando-se também as aspirações das demais famílias de agricultores que participam das ações desenvolvidas pela FASE.

Na Oficina Temática realizada na comunidade de Boa Esperança, município de São Domingos que fica no Território do Sisal, no bioma do Semi Árido, o assunto escolhido foi Preservação Ambiental. Esta Oficina contou com a assessoria do técnico agropecuário José Francisco Carvalho de Oliveira. Mais de 25 pessoas participaram ativamente dos trabalhos, entre AMAs, agricultores e agricultoras, e também se contou com a presença de Edvan Tavares que é o dirigente sindical que atua como Articulador Municipal em São Domingos.

Nesta Oficina, feita às margens do Rio Jacuípe, foram trabalhados conceitos e práticas referentes à recuperação de matas ciliares, abordando-se a importância dessas medidas para evitar o assoreamento do rio. As pessoas puderam verificar como o Rio Jacuípe se encontra em grau avançado de degradação, com sua margem esquerda bastante desmatada. Ao mesmo tempo constataram que na outra margem o nível de desmatamento é menor, podendo assim ter uma idéia do que a recomposição das matas ciliares poderia criar em termos de barreiras naturais que protegem a qualidade da água, e evitam o avanço da erosão dos solos situados perto do rio, e do conseqüente assoreamento de seu leito. Pela manhã a Oficina trabalhou a parte teórica, e pela tarde foi feita a parta prática, com plantio de mudas nativas da região.