09/10/2006 10:20
Que a Rodada de Doha das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) fracassou redondamente, é um fato. Os próprios negociadores dos principais países envolvidos admitiram o insucesso, quando decretaram a suspensão da rodada por termo indeterminado. Contudo, as movimentações dos gigantes econômicos às vezes passam despercebidas, e uma série de fatores que se dão nos bastidores podem trazer de volta o fantasma da OMC. O que acontecerá com a OMC neste momento de interrupção é o tema do novo boletim da Rede Brasileira pela Integração dos Povos (Rebrip).
Em dezembro do ano passado, a OMC deu seu último grande passo na tentativa de fechar um acordo mundial de livre comércio. Entretanto, não houve consenso entre os quase 150 países membros da organização. Nem poderia. Um persistente conflito de interesses rachou a OMC de maneira insanável: países em desenvolvimento exigiam que os mercados da Europa e dos Estados Unidos se abrissem à sua produção agrícola; estes, por sua vez, não aceitavam abrir, mas ainda assim exigiam que os países em desenvolvimento derrubassem as políticas protecionistas de seus setores industriais e de serviços. A desproporção dos pontos de vista era tão grande que a situação chegou a um contraditório insuperável.
Tudo parece indicar um cenário fixo, mas, segundo a Rebrip, os processos eleitorais em vários dos principais países e uma série de pressões de outro tipo podem mudar esse cenário. Afinal, os interesses das grandes corporações de indústria e serviço da Europa e dos Estados Unidos continuam aí. Assim como também não morreram as idéias do Banco Mundial, do FMI e outras instituições financeiras multilaterais. O momento, portanto, é de avaliações. Segundo a Rebrip, é hora de perceber o que está acontecendo na OMC, nas negociações bilaterais de comércio e no mapa político dos blocos de países que negociam juntos. Saiba mais lendo o Boletim Rebrip no site www.rebrip.org.br.