07/04/2011 12:02

Dossiê intitulado ‘A repressão aos defensores de direitos humanos e movimentos sociais no Brasil’ revela aumento da repressão contra ativistas sociais e defensores de direitos humanos no Brasil. Há casos graves de violações relatados. O documento também mostra que o Estado brasileiro cria para criminalizar organizações populares, em favorecimento de interesses quase sempre privados.

Entre os casos estudados está a perseguição enfrentada há mais de 20 anos pelos opositores à construção da hidrelétrica de Belo Monte. As violações causadas a pelo menos 1 milhão de pessoas por causa da construção de barragens também é tema do estudo.

O dossiê também investiga a criminalização do movimento dos sem-terra, em especial do MST, abordando o contexto da concentração de terras no Brasil. Outro capítulo trata da violência aos povos indígenas e especialmente aos Guarani-Kaiowá, sem terras demarcadas no Mato Grosso do Sul. Nos últimos cinco anos mais de 200 indígenas foram assassinados no estado, mais de 150 se suicidaram e mais de cem crianças morreram por subnutrição.

Lançamento

O relatório foi lançado na quarta-feira (6/4) pelo Processo de Articulação e Diálogo (PAD) que é formado por seis agências ecumênicas européias e 165 entidades parceiras no Brasil e está sendo divulgado simultaneamente no Brasil e na Europa.

O documento foi entregue no lançamento à ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, em Brasília. Também foi realizada audiência sobre os casos no Conselho Nacional de Justiça, com a ministra Eliana Calmon.

Está prevista a entrega do documento nas embaixadas da Finlândia, Noruega, Alemanha e Suíça. Alguns desses países são sedes de empresas denunciadas no relatório. O dossiê também vai ser entregue ao Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos das Nações Unidas, na Suíça e os movimentos sociais vão buscar apoio do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e da ACT, aliança de mais de 100 igrejas no mundo, entre outras, para divulgar as violações.

Conheça o documento completo.