04/06/2012 12:37
Em fevereiro de 2012, a execução do Projeto AMAs teve de ser abruptamente interrompida, por conta da não-liberação dos recursos pelo Governo da Bahia – previstos no Termo Aditivo, assinado em novembro de 2011. Apenas em 16 de maio, a parcela correspondente foi paga, sem que houvesse nenhuma explicação sobre os motivos ou causas determinantes dos atrasos – os quais prejudicam as centenas de famílias agricultoras beneficiadas pelas ações da FASE e de seus técnicos nas comunidades e municípios alcançados por essa experiência educativa.
Não é a primeira vez que os atrasos acontecem. A FASE sempre procurou superar as dificuldades, motivando entidades parceiras a assumirem parcelas crescentes de responsabilidade para a manutenção de um mínimo de articulações e de ações durante os meses em que ficamos totalmente sem recursos na execução das ações previstas. Os atrasos são muito ruins, pois atingem convênios em execução – e, nisso, a FASE cumpriu rigorosamente todos os prazos previstos para a prestação de contas das parcelas recebidas e aplicadas.
Mesmo neste ambiente adverso, é com satisfação que a FASE se prepara para retomar as atividades mais uma vez, agora em maio de 2012, por força da liberação dos recursos concernentes ao Termo Aditivo. O que mais anima a FASE-Bahia e seus técnicos é verificar o denodo e a perseverança com que as famílias agricultoras persistem na busca por melhores condições de vida e de trabalho.
Conhecimento popular supera situações adversas
Exemplo disso é o que está acontecendo no Sisal, região que mais uma vez passa por um período crítico de estiagem, já se contabilizando vários meses sem a ocorrência de chuvas. Plantações e safras foram totalmente perdidas, enquanto rebanhos são bastante afetados pela falta de alimentos e água. A FASE e seus técnicos constroem conhecimentos coletivos e aplicam alternativas práticas baseadas no conceito de convivência com o Semi Árido.
Nas atividades de formação, como as Oficinas Temáticas, e na realização das ações de assessoria técnica, educadores da FASE – como Andréa Almeida – têm se esforçado para expor didaticamente alternativas de convivência com o Semi Árido que permitam aos jovens e mulheres AMAs um aumento da segurança alimentar e nutricional, mesmo nos períodos de ausência de chuvas como o que vem ocorrendo na Bahia, desde fins de 2011.
Durante as ações de assessoria técnica às comunidades, realizadas em maio de 2012, foram identificadas situações concretas de superação dos aspectos mais graves da estiagem. Na Comunidade de Saco do Moura, no município de Serrinha – onde atuam as AMA’s Zuleide e Valdimira –, foram implantadas técnicas simples de convivência com o Semi Árido. Ambas as agricultoras conseguiram manter a produção de hortaliças, através da utilização do método conhecido como “horta verão”, tecnologia que economiza água e permite razoável volume de produção por unidade de área.
As famílias usaram os métodos de controle de pragas e doenças que foram trabalhados pela FASE antes da interrupção forçada das atividades. Baseados em princípios agroecológicos e orgânicos, os métodos incluem a preparação de defensivos naturais e caldas biológicas, utilizando recursos encontrados nas comunidades – como folhas de Nim e manipueira.