25/10/2016 15:44

Nessa quarta-feira (26), as associações de moradores e pescadores da região atingida pelo Complexo Industrial Portuário de Suape (CIPS), em Pernambuco, realizarão um ato público em frente ao Palácio do Governo, no Recife. A concentração está marcada para as 9h, no Parque 13 de Maio, de onde manifestantes seguirão em passeata até o Palácio do Campo das Princesas. Uma comissão pretende ser recebida pelo governador Paulo Câmara (PSB) para lhe entregar um documento assinado pelas associações comunitárias com as reivindicações das populações tradicionais do território de Suape.

O ato público conta com a articulação do Fórum Suape – Espaço Socioambiental e o apoio de dezenas de organizações não governamentais que atuam na região metropolitana do Recife e Zona da Mata Sul, assim como movimentos sociais como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Moradores querem permanecer no território. (Foto: Fórum Suape)

Moradores querem permanecer no território. (Foto: Fórum Suape)

A luta pela permanência na terra, denúncias contra violações dos direitos humanos e a violência praticada pelo CIPS são as principais pautas reivindicatórias do grupo, que pretende realizar um  ato pacífico, mas que atinja seu objetivo de abrir um canal de interlocução com o governo do estado, principal integrante do conglomerado de empresas que compõem o Complexo de Suape. Dezenas de faixas estão sendo preparadas para o protesto.

O ato público faz parte da campanha Suape Insustentável que está sendo lançada pelo Fórum Suape, articulação de dezenas de organizações e movimentos sociais, dentre elas a FASE, que pretende tornar visível à sociedade o rastro de violência que tem sido deixado pelo CIPS ao longo dos anos. Para Nivete Mendonça, da coordenação do Fórum Suape, o ato público pretende “denunciar à sociedade o modelo de desenvolvimento que está por trás de Suape e o quanto a cada dia ele funciona como uma usina geradora de violência e violações dos direitos humanos contra a população nativa e tradicional que há dezenas de anos habita aquela região. Esta é a realidade de Suape que não estamos acostumados a ver na imprensa ou na propaganda oficial do governo de Pernambuco”.