16/12/2020 18:40
Alcindo Batista¹
A pequena agroindústria no assentamento Roseli Nunes, no Município de Mirassol D’Oeste, Mato Grosso, ganhou uma ajuda da tecnologia e da natureza para garantir o uso racional de energia nos seus geradores. Com apoio da FASE e da agência de cooperação Misereor, a Associação Regional de Produtores Agroecológicos conseguiu a instalação de placas de produção de energia solar, que vão garantir a redução dos gastos com a produção, refrigeração e processamento e armazenamento de polpas e frutas, e a conservação de hortaliças.
“Tinha mês que vinha até mil reais de conta pra gente pagar. Agora que estamos com o projeto de uma pequena agroindústria nem teria como trabalhar, porque a gente não daria conta de pagar a energia”, conta Nerio Gomes de Souza, presidente da ARPA. “(O sistema fotovoltaico) vai gerar uma energia limpa, e coincide com nossos ideais, de defesa do meio-ambiente, da natureza”. A sede da ARPA foi construída sob regime de mutirão usando técnicas de bioconstrução e agora, com a produção própria de energia, vai contribuir para o desenvolvimento sustentável do assentamento.
Matriz ainda é pouco utilizada
Para Cidinha Moura, da FASE MT, fatores como o preço e o custo da instalação dificultam a adoção desta forma de geração de energia. “outras organizações de agricultores/as gostariam de implantar essas técnicas de aproveitamento de energia e dos recursos naturais, mas o alto custo dos equipamentos ainda não possibilita”. O plano é expandir o projeto no próximo ano, abrangendo também o escritório da FASE no estado e outras associações de agricultores/as que trabalham com o beneficiamento de frutas (polpa e geleia de frutas).
Dos 83 % da matriz elétrica do Brasil com origem em fontes renováveis, apenas 1,4% é composta por energia solar centralizada, segundo dados do Ministério de Minas e Energia.
O debate sobre energia renovável está presente no cotidiano da FASE. Em outubro, a FASE-ES organizou um seminário on-line, em parceria com a Frente por uma Nova Política Energética para o Brasil, com demonstrações de diversas tecnologias alternativas que “permitem às pessoas e às comunidades desenvolverem autonomia energética para não depender de megaestruturas e energias de alto impacto social”.
¹Estagiário, sob orientação de Claudio Nogueira