28/04/2021 16:45

Rachel Barros, educadora do programa da FASE no Rio de Janeiro e doutora em Sociologia com atuação no campo da violência urbana, participou de audiência pública – no dia 19 de abril – para falar sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Penal 635, a ADPF das Favelas. O encontro aconteceu de forma virtual, organizado pelo Ministro Edson Fachin, para debater ideias que possam ajudar o estado do Rio na elaboração de um plano para redução da letalidade policial.

“É por vida nas favelas que estamos aqui”

Na ocasião, Rachel representou o Fórum Social de Manguinhos, coletivo do qual há 12 anos faz parte. Ela iniciou sua participação dizendo que é uma honra, enquanto mulher negra oriunda de favela, participar dessa discussão em nome do movimento. Em seu discurso, ela apontou os impactos da violência institucional não só para a vítima, mas também para a família, tanto por uma questão física quanto psicológica. Também contou que, em 2020, o grupo teve acesso a vários relatos de jovens que tiveram suas casas invadidas e apanharam da polícia, tiveram seus celulares apreendidos, suas redes sociais vasculhadas e foram levados diversas vezes para averiguação incriminados como traficantes. “O rico é investigado, nós somos forjados”.

Além disso, a socióloga trouxe o fato de que, em 2021, ainda não houve um mês que não tenha tido operação policial em Manguinhos e que em dois episódios, no dia 23 de janeiro e no dia 19 de março, a Clínica da Família da comunidade teve que ser fechada. Ela teve a companhia de Ariana Kelly dos Santos, doutora em Serviço Social, também representando o Fórum, que disse “essa ADPF é muito importante para garantir a vida na comunidade”.

Assista a audiência:

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