13/12/2022 13:07

 

 

 

*Paula Schitine

O terceiro Módulo de formação Multiplicadores em Agroecologia Pé no Chão aconteceu no assentamento Roseli Nunes, no município de Mirassol d”Oeste, em Mato Grosso, de 24 a 26 de novembro. Participaram das atividades cerca de 62 pessoas, entre homens, mulheres e juventudes.

O tema principal abordado neste módulo foram o beneficiamento – a transformação de alimentos em duas perspectivas – a conservação por mais tempo ou a sustentabilidade que garante a soberania e segurança alimentar da família. E também, o direcionamento de produtos para venda.

Segundo o educador da FASE Mato Grosso, Leonel Wohlfahrt na primeira parte da formação, houve a exposição de princípios de beneficiamento e conservação de alimentos, de como lidar com os diferentes tipos de beneficiamento e ainda a importância da higienização tanto dos alimentos quanto pessoal. Outra questão abordada foi o uso e manejo correto da temperatura no armazenamento e na preparação das conservas, “Nós trabalhamos maxixe em conserva e também as jurubebas, cenoura e abobrinha, entre outros. E também houve produção de pão doce a partir da mandioca ralada.”, lembra ele.

Recorte de gênero

Dentro dessa perspectiva, também foi trabalhada a questão de gênero na agroecologia, a importância de que os homens e companheiros se envolvam com a culinária e preparação dos alimentos,  eles foram para a cozinha, aprender. “Nós incentivamos os homens a chegar da roça e ir pra cozinha também, porque normalmente ele acha que pode tomar um banho e se deitar na frente da televisão enquanto a companheira continua trabalhando nos afazeres da casa. Então, essa questão é sempre bem aprofundada”, afirma o educador,

Leonel conta que os homens ficaram um pouco desconfortáveis no começo mas depois foram pegando gosto, a dar risada e alguns chegam a assumir o papel de cozinheiro com tranquilidade. Um dos agricultores,  Basílio Veríssimo Nascimento, de 69 anos voltou para casa e pediu a companheira que tirasse uma foto dele na cozinha fazendo uma conserva de jurubeba.

“Eu imagino que é importante naturalizar isso com tranquilidade porque é um conhecimento que eles (homens)não tem e, absorvendo, vão aos poucos fazendo no dia a dia. Então, acho que foi esse  um dos avanços”, conclui Leonel.

No final do evento ainda houve a troca de sementes, mudas e ervas medicinais. “Destaque também para as juventudes que participaram com meninos e meninas assumido participando, interagindo e olhando com mais tranquilidade essa questão. O papel da FASE é fazer essa integração, então foi bastante positiva a atividade”, analisa.

*Paula Schitine é jornalista da comunicação da FASE