Júlia Motta
08/02/2023 18:10

 

 

 

No mês de Janeiro, a FASE Amazônia realizou o Curso de Criação Agroecológica de Aves nas comunidades quilombolas do Médio Itacuruçá, Laranjituba e África, todas no município de Abaetetuba, no Pará. O curso contou com a presença de 17 participantes, sendo a maioria mulheres.

A oficina fez parte do projeto Amazônia Agroecológica, financiado pelo Fundo Amazônia, e teve por objetivo ensinar agricultores e agricultoras a produzir ração alternativa com a matéria prima advinda das próprias unidades de produção. Lourenço Lima , educador da FASE Amazônia, conta que esse subsistema de criação de aves é o que garante a soberania alimentar e nutricional das famílias agricultoras, mas vem sofrendo um aumento muito grande no custo, devido ao preço das rações. 

Para melhor aproveitamento do curso, a atividade foi dividida em duas etapas. A primeira delas foi a instalação das aves. “Atualmente, a criação de aves nessas áreas é feita de forma solta, no quintal, sem uma estrutura mínima que facilite o manejo. Então, a FASE tratou principalmente da construção dessa estrutura”, conta Lourenço sobre a primeira etapa da oficina.

Já na segunda etapa, o foco foi ensinar como reaproveitar os alimentos produzidos nas propriedades para a ração alternativa. “Nós aprendemos que podemos produzir alimento para as galinhas com muita coisa que temos aqui dentro da comunidade, e estávamos desperdiçando”, conta Evaristo Moraes de Oliveira, da comunidade África. “Casca e folha da mandioca, caroço de açaí e sementes de algumas espécies como o cupuaçu vão dar os minerais”, explica Lourenço.

Ao final do curso, o grupo produziu mais de 50 kg de ração alternativa. “O pessoal ficou maravilhado. Eles viram como estavam desperdiçando produtos essenciais para a criação das galinhas e comprando a preço absurdo uma ração que muitas vezes não oferece uma alimentação adequada”, relata o educador. Os participantes também se organizaram para novos encontros e para o mutirão de construção de uma estrutura melhor para galinheiro e para a área de pastagem.

 

*Estagiária de comunicação da FASE