Paula Schitine
16/05/2023 14:53
A FASE Mato Grosso promoveu nos dias 11 e 12 de maio a “Oficina de Formação em Associativismo e Cooperativismo”. A formação, que faz parte do programa Amazônia Agroecológica, foi realizada na Chapada dos Guimarães com a participação de 20 jovens de comunidades quilombolas da Baixada Cuiabana.
Segundo a educadora popular, Mariana Santiago, o objetivo foi mostrar funções e cargos de uma organização social, além da prática de elaboração de projeto de captação de recursos e prestação de contas, planejamento participativo e avaliação.
“As juventudes têm buscado meios para permanecer no campo, para isso estão procurando gerir as organizações comunitárias e capitação de recursos para o desenvolvimento local”, justifica.
Ela explica que, pensando nesse objetivo, as dinâmicas escolhidas para a atividade foram em grupo e os jovens “refletiram sobre os modelos de associativismo e cooperativismo já existentes em seus territórios, além das atribuições a cada cargo da diretoria”, explica. Em uma das dinâmicas, eles usaram vendas nos olhos. “Isso permitiu que eles se conduzissem e deixassem ser conduzidos mostrando assim que nem sempre é fácil liderar e nem confiar ao ser conduzido”, lembra.
A educadora ainda conta que como resultado da oficina, os jovens da comunidade Pedra Preta vão reformular o estatuto da associação local que está fragilizado e os jovens da comunidade de Nossa Senhora do Chumbo ingressaram na elaboração de um projeto que está sendo desenvolvido por jovens da região de Cáceres e da Baixada Cuiabana. O projeto visa capitação de recursos para fortalecimento dos jovens no campo.
Resultados e aprendizados
Os jovens que participaram da oficina tiveram a percepção ampliada sobre o associativismo e puderam dialogar sobre conceitos que serão úteis no dia a dia de suas comunidades.
A jovem de 16 anos, estudante do segundo ano do ensino médio, Sofia Mirela Duarte da Silva, da comunidade quilombola Nossa Senhora do Chumbo, explica o que levou de mais relevante desse encontro. “Eu pude aprofundar um pouco mais sobre associações e cooperativas que até então acreditava que eram a mesma coisa, mas aprendi que são conceitos totalmente diferentes”, revela. “Conheci também quais as funções de cada membro de uma associação e de uma cooperativa”, lembra. “ E considerou muito relevante o que foi apreendido porque na minha comunidade existe uma associação e é extrema importância saber o que acontece dentro dela e se está correndo tudo certo”, ressalta.
Já o estudante Wender Carvalho da Silva, cursando o terceiro ano do ensino médio, vem da comunidade de Pedra Preta e diz que além do aprendizado técnico, vai levar para seu território a força e entusiasmo dos professores. “Eu levo o conhecimento como um todo, a leveza de cada encontro e como os professores nos passam os conhecimentos, e todo o ensinamento de comunidade”, define.
Envolvimento com a FASE
Os jovens participam de programas e formações promovidas pela FASE já há algum tempo e explicam que esses conhecimentos são fundamentais para a atuação em comunidade.
“Eu, conheci a FASE em um momento em que estava machucado e não podia ir trabalhar, então a minha tia Jovelina me convidou para conhecer e participar de um evento”, lembra. “Desde então, eu venho acompanhando as aulas e eventos que a FASE Mato Grosso proporciona, aprendendo para continuar a ser melhor e querer também fazer a diferença na comunidade como um todo. E o crescimento pessoal é maravilhoso”, destaca.
Sofia conheceu a FASE mais a fundo este ano, mas está empenhada em absorver os conteúdos compartilhados. “Aqui na minha comunidade já tem tempo que a FASE está envolvida, e desde que comecei estou simplesmente adorando. Cada evento que eu participei eu saí com muito mais conhecimento do que quando entrei”, elogia.
*jornalista da comunicação da FASE