Paula Schitine
16/01/2024 14:01

Recentemente publicada, a matéria do canal de notícias RT repercutiu a publicação organizada pela educadora da FASE, Maiana Maia, “Ralos e Gargalos das Outorgas de água no Brasil”. Leia abaixo a matéria traduzida.

O Brasil passa por uma crise hídrica agravada pela emergência climática global. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, mais de 1.400 cidades são afetadas por uma onda de calor e secas históricas na Amazônia colocam em risco a sobrevivência dos rios, bem como o abastecimento de comunidades inteiras.

O gigante sul-americano é um dos países com as maiores reservas hídricas do mundo. No entanto, suas bacias hidrográficas encolheram 33% entre 1985 e 2022, segundo estatísticas da iniciativa MapBiomas.

A ação predatória dos agentes econômicos pode ser responsável por esse cenário. As necessidades dos setores agroindustrial e de mineração são imensas, enquanto hoje ainda há 35 milhões de pessoas que não têm acesso à água potável em suas casas.

 

Imagem ilustrativa

Um golfinho morto na Amazônia. Kike Calvo / Gettyimages.ru

O consumo anual de água pelo setor agropecuário é 174.000 milhões de vezes maior que a média de toda a população brasileira. Além disso, a mineração consome mais de 1.000 milhões de litros de água por hora.

Em ambos os casos, as empresas têm permissão do governo federal, ou governos estaduais, para explorar recursos hídricos, mas quase nunca são transparentes sobre a fonte exata de sua extração. Por isso, especialistas defendem o aumento da fiscalização e a atualização da política nacional de recursos hídricos.

Segundo Maiana Maia, da organização não governamental brasileira FASE, há falhas na gestão, que “deveria ser pública e comprometida com o uso racional desse recurso”. “Há uma relação muito desigual na forma como a terra é ocupada e a água usada (…) Temos que pensar em aplicar multas ou mesmo suspender concessões concedidas para captação de água. Há alguns consumidores que têm licenças para a extração de água em volumes exorbitantes há mais de 30 anos”, ressalta.

Matéria originalmente publicada no site da RT

*comunicadora da FASE