Comunicação FASE
11/11/2025 16:39
“Enquanto em muitos lugares está se discutindo sobre adaptação, aqui nas cidades amazônicas a gente tem que discutir implementação, porque nem condições estruturais para adaptar a gente tem”. Foi assim que a Coordenadora da FASE Amazônia, Sara Pereira, abriu sua participação na COP30, durante o painel: “Transitar das urgências para as alternativas: a sociedade civil mobilizada no enfrentamento à crise climática nas cidades”, organizado pela FASE, Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Instituto Pólis, e Instituto de Estudos Sócio-econômicos (Inesc) no dia 10 de novembro.
O debate aconteceu no salão Uruçu do Pavilhão Brasil, na Green zone, e participaram do painel Sheilla Dourado, do Inesc, Cássia Caneco, do Instituto Pólis e Thomas Bross, do Klima Brundnis (Ação Climática). A mediação do debate ficou a cargo de Yuri Rodrigues, educador da Fase Amazônia.
- Cássia Caneco
- Thomas Bross
- Sheilla Dourado
- Sara Pereira
- Yuri Rodrigues / Fotos: Thaís Veronica / Verde Filmes
Sara Pereira reafirmou o posicionamento da FASE de que a solução para a crise climática vem dos territórios e destacou que o fato da COP30 ser sediada em uma cidade da Amazônia brasileira “não deve ser olhado apenas como alegoria, como exuberância, mas sim deve levar a reflexões sobre o que esse território, esse contexto amazônico, pode nos trazer sobre a profunda crise climática que o mundo está vivendo”. Ela enfatizou que só haverá justiça climática se os territórios forem ouvidos.
A coordenadora ressaltou que trazer esse debate sobre as cidades na abertura dos trabalhos da COP30 é bastante significativo, especialmente porque a conferência do clima está sendo realizada em uma das principais cidades brasileiras. E já que na Amazônia mais de 80% da população vive em cidades, isso aumenta ainda mais a importância de se discutir sobre os problemas enfrentados por elas no contexto da COP30.
Cidades que já sofrem por diversas opressões e dificuldades causadas pelo sistema capitalista, sofrem ainda mais com a agudização da crise climática, principalmente as pessoas das periferias e das baixadas, ressaltou Sara. “Portanto, trazer esses elementos, a parte da vivência, da realidade, da diversidade das cidades, não só brasileiras, mas de outras partes do mundo, é fundamental”.
- Fotos: Thaís Veronica / Verde Filmes
Para Sara, além de abordar os problemas, o debate traz a perspectiva de pensar em alternativas. “Pensar nas alternativas que vêm dos territórios, a partir dos diálogos com as comunidades, com a academia, com as organizações que pensam e discutem esse tema num diálogo fraterno, mas muito propositivo”.
A coordenadora concluiu destacando aquilo que a FASE tem dito: que a justiça climática só poderá ser efetiva, ouvindo-se os territórios. “A resposta vem dos territórios, mas ancorada em políticas públicas, fortalecimento institucional das organizações e na aliança dos povos”. Ao final, ela convidou o público para participar da programação da Cúpula dos Povos, que começa no próximo dia 12, com uma barqueata no rio Guamá, e vai até o dia 16.








