14/03/2009 13:43

É um projeto dos governos da América do Sul que está sendo muito questionado pelos povos da Pan-Amazônia, ou seja, os povos amazônicos do Brasil e dos países vizinhos.

O livro foi organizado por Alfredo Wagner Berno de Almeida e Guilherme Carvalho, integrante da Fase Amazônia, e é um lançamento conjunto das seguintes instituições: ActioAid, Fundação Heinrich Böll, Fase Amazônia, Universidade Federal do Pará, Observatório Comova, Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, e o Fórum da Amazônia Oriental.

Entre os artigos, encontramos uma diversidade de questões. A IIRSA é um conjunto de variados projetos de infra-estrutura. A maior parte deles implica grandes intervenções no território amazônico, como é o caso de rodovias, hidrovias, barragens e outras. O que parece interessante em princípio revela-se, sob um olhar mais atento, um projeto que não é de interesse exatamente público. Isto porque, segundo os autores dos artigos neste novo livro, a integração que a IIRSA quer mobilizar é uma integração de mercado, pautada pelas necessidades de grandes empresas privadas e fazendas, sempre vinculadas ao escoamento de sua produção a despeito dos prejuízos socioambientais que isso possa causar.

E pelo que dizem os autores dos artigos, os prejuízos podem ser muitos, uma vez que a IIRSA parece enfocada segundo os mesmos critérios de ocupação e uso irrestrito dos recursos naturais da Pan-Amazônia já utilizados por governos e empresas em sua lógica de mercado e expansão capitalista. Não se trata de afirmar que a integração sul-americana que vem sendo promovida pelos governos da região seja ruim, mas sim de criticar aspectos dela que sirvam apenas aos interesses dominantes. Uma leitura de “O Plano IIRSA na Visão da Sociedade Civil Pan-Amazônica” certamente será útil para esta crítica.