09/11/2007 16:16

Fausto Oliveira

A partir de agora, vamos mostrar periodicamente projetos apoiados pelo SAAP – FASE, o Serviço de Análise e Apoio a Projetos. Começamos com mulheres de Recife que se uniram e formaram o Grupo de Mulheres Cidadania Feminina. Trata-se de um projeto que iniciou sua atuação informalmente, e hoje se constitui como organização não governamental cuja missão é defender e batalhar pelos direitos das mulheres.

Estão neste trabalho desde 2001. De origem popular, na comunidade de Córrego do Euclides, o grupo teve dificuldades para se estruturar. As primeiras reuniões aconteciam em um fundo de quintal, mas como o número de participantes aumentou muito, pediram para se instalar numa escola municipal. Depois, uma participante cedeu sua própria casa, e as demais se cotizaram para comprar cadeiras e uma mesa. Somente em 2007 o grupo conseguiu uma sede própria, no bairro de Alto José Bonifácio, com apoio de sua comunidade e de instituições como o SOS Corpo, uma importante ONG feminista de Pernambuco.

O Cidadania Feminina funciona com trabalho voluntário. As mulheres participantes se subdividem em três núcleos: idosas, lésbicas e mulheres adultas. Na sua militância em favor do empoderamento das mulheres, pelo resgate de sua cidadania, pela auto-estima, por educação, pelo debate dos direitos sexuais e reprodutivos e a promoção da igualdade de gênero e o combate à violência misógina, o grupo hoje consegue ter presença em diversos espaços institucionais de participação política.

Elas são integrantes do Conselho Municipal de Direitos Humanos, do Conselho Municipal da Criança e Adolescente, do Conselho Municipal da Mulher, são da coordenação do Fórum de Mulheres de Pernambuco e participam da Articulação de Mulheres Negras. Pelo ato público em forma de “apitaço” em protesto sobre a violência contra a mulher, em Recife, elas receberam o prêmio Faz Diferença, do jornal carioca O Globo, este ano.

Outra ação destacada do grupo é o festival Juventude e Cidadania, que já teve duas edições e em cada uma elegeu um tema para discutir pelos meios mais variados. O primeiro festival foi sobre racismo. O segundo, que aconteceu em setembro deste ano com apoio do SAAP, foi sobre juventude, sexualidade e direitos. O apoio recebido, segundo o próprio grupo, “proporcionou a ampliação da participação de adolescentes e jovens de outros bairros e da região metropolitana de Recife, além da infra-estrutura até então nunca vista para realização das oficinas e das apresentações culturais”.