20/08/2014 12:43

latifúndio mata

Arte: Carlos Latuff.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Mato Grosso, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pelo menos outras 20 organizações, inclusive a FASE, repudiam em nota o assassinato de três lideranças do campo na última semana. Exigem ainda a apuração imediata e o julgamento dos crimes, assim como a solução dos conflitos agrários nos quais estavam envolvidas as vítimas.

De acordo com nota, divulgada pela CPT nesta quarta-feira (20), o primeiro assassinato foi o de Maria Lúcia, no último dia 13 de agosto. A sindicalista foi morta no município de União do Sul, Gleba Macaco, Assentamento Nova Conquista II, a 700 quilômetros de Cuiabá. O crime foi cometido dentro de uma área reconhecida legalmente como Terras da União.

Os outros dois assassinatos aconteceram no dia 16, no Distrito de Guariba, no município de Colniza, distante pouco mais de mil quilômetros da capital mato-grossense. As vítimas foram Josias Paulino de Castro, presidente da Associação de Produtores Rurais Nova União (ASPRONU), e sua companheira, Ireni da Silva Castro.

Além de prestarem solidariedade às famílias, as entidades que assinam o documento lembram que os crimes ocorrem dias depois da apresentação de denúncias sobre conflitos agrários em audiência com a Ouvidoria Agrária Nacional. Destacam também que “muitas mortes estão sendo anunciadas pelo número de ameaças que cresce exponencialmente nas zonas rurais do estado”.

Segundo dados da CPT, em 2013 foram 27 pessoas ameaçadas no campo em Mato Grosso. Em 2012, foram 21. No ano anterior, houve 10 registros. “Lamentavelmente reafirmamos que estes assassinatos não são fatos casuais num estado que vem promovendo insistentemente a concentração de terra e a violência programada, para perpetuar o privilégio de uns poucos que detêm o poder político e econômico, em detrimento de uma maioria de trabalhadores e trabalhadoras rurais”, destaca trecho da nota.

Leia a nota completa e conheça as entidades que a assinam.