A alimentação é um direito humano fundamental para a reprodução da vida, mas vivemos profundas transformações em que grandes corporações, como a farmacêutica e a química, passaram a ter poder de decisão sobre os rumos da alimentação no mundo. A agricultura das grandes monoculturas é concentradora e está em desequilíbrio com a natureza, reduzindo a diversidade e a cultura alimentar. Além disso, os alimentos in natura têm alto grau de contaminação por agrotóxicos e transgênicos. Ocorre ainda a expansão de grandes empresas de comercialização e cadeias de supermercados, que exercem poder, cada vez maior, sobre as relações que encadeiam a produção, o processamento, a distribuição e o consumo dos alimentos.
No Brasil, nos últimos 20 anos, o país saiu e voltou ao mapa da fome. O sistema alimentar está em crise. Há mudanças na natureza da produção agrícola, nos ecossistemas, na qualidade do alimento e nas formas de sua distribuição. Pesam ameaças à soberania alimentar.
Diante dessa realidade, a FASE tem como uma de suas causas a “Promoção da Soberania, da Segurança Alimentar e Nutricional e da Agroecologia” e se posiciona contrária ao tipo de agricultura que degrada o meio ambiente, concentra terras, promove violência no campo, o inchaço das cidades e faz uso intensivo de venenos e de transgênicos: o agronegócio.
Seja em espaços institucionais, como em conselhos de políticas públicas, ou em trabalhos de campo em várias regiões do país, junto a famílias agricultoras, quilombolas e agroextrativistas e suas organizações, a FASE sempre relaciona a questão alimentar à luta por reforma agrária e a garantia dos direitos territoriais, à promoção da agroecologia, à valorização dos conhecimentos tradicionais, à defesa dos direitos das mulheres e à garantia da justiça ambiental. Além disso, busca ampliar o debate sobre as condições da alimentação nas cidades.