21/07/2020 10:10
Hellen Joplin e Sara Pereira¹
Nos últimos dias, observamos uma crescente no movimento e na circulação de pessoas e, consequentemente, nos números da Covid-19 na cidade de Santarém, no Pará.
A quantidade de pessoas que continuam circulando sem necessidade e sem máscaras de proteção, parece não ser compatível com o aumento de casos e de mortes decorrentes do novo coronavírus na cidade. Nessa segunda-feira (20/07), o número de casos confirmados chegou a 5.831, com 309 óbitos, segundo o boletim diário da prefeitura.
A flexibilização das medidas de segurança, e a falta de comunicação e transparência, acabam fazendo com que as pessoas acreditem que o risco maior já passou, o que infelizmente está muito longe de ser verdade. Segundo o Ministério da Saúde, a taxa de mortalidade (morte por 100 mil habitantes) por Covid-19 em Santarém, tem a assustadora marca de 98,7, contra 37,5 no restante do país. Lembrando que o Brasil é um dos países com o maior número de pessoas infectadas e mortas por coronavírus no mundo.
A tal “imunidade de rebanho”, que é o que parece ser a única proposta do Estado, além de ser cruel, está muito longe de acontecer. De acordo com o Ministério da Saúde, pesquisadores estimam que precisamos que 60 a 80% da população tenha contraído a doença, o que poderia nos dar a triste marca de mais de 2 milhões de pessoas mortas no país por coronavírus. Muita gente vai precisar morrer para que isso aconteça.
Então, se você puder ficar em casa, continue. Se precisar se deslocar, faça com segurança. Mantendo a higienização das mãos e dos objetos que manusear e, principalmente, use máscara. Um estudo realizado na universidade de Cambridge, no Reino Unido, aponta que o uso de máscaras pode evitar a segunda onda de Covid-19, reduzindo o risco de contaminação em até 80%.
Ao contrário do que a liberação das atividades pode dar a entender, a pandemia ainda não acabou. Ainda temos inúmeras pessoas internadas, doentes, lutando por um último sopro de vida. Infelizmente, todos os dias morre o amor da vida de alguém. Não podemos ser tão egoístas e insensíveis a tanto sofrimento. Como ainda não há vacina contra, a melhor prevenção continua sendo o isolamento social. Portanto, quem puder siga em casa e, quem não puder, use máscara.
[1] Comunicadora e educadora do programa da FASE na Amazônia.